Eurodeputados fazem balanço da presidência Barroso

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Manfred Weber, presidente do grupo Partido Popular Europeu (PPE, democratas-cristãos, a que pertence o PSD):

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Manfred Weber, presidente do grupo Partido Popular Europeu (PPE, democratas-cristãos, a que pertence o PSD):

"A Comissão Barroso atravessou tempos turbulentos. Ainda assim conseguiu muito: aprovar o Tratado de Lisboa, que trouxe mais democracia à União Europeia (UE), e fez da UE um exemplo em algumas áreas, por exemplo o clima; o Nobel da Paz foi um reconhecimento."

"Barroso é um europeu fortemente empenhado, e já antes de ser presidente da Comissão era uma força real na integração europeia. O balanço que faço é positivo – foi realmente impressionante o que conseguiu. Na crise, uma crise existencial, teve uma postura não de confronto mas amigável, preferiu trabalhar como equipa, penso que foi o melhor."

Gianni Pittella, Presidente do grupo Socialistas e Democratas (S&D, centro-esquerda):

[Num briefing de manhã, respondendo a uma questão sobre as audições aos últimos comissários poderem ter sido apressadas]. "É importante que a comissão Juncker comece o mais depressa possível. Não queremos Barroso activo na vida política muito mais tempo – respeito-o muito, mas as suas políticas merecem muitas críticas."

[À tarde, após o discurso de Barroso]. "Há dez anos Barroso convidava-nos a não baixar a guarda em relação ao eurocepticismo. Hoje vemos a dimensão que atingiu a ameaça populista. Dez anos depois, o sonho europeu está a desvanecer-se, e nunca os populistas antieuropeus foram tão fortes."

Guy Verhofstadt, presidente do grupo dos Liberais (ALDE):

"Ganhámos a batalha da estabilidade mas não das reformas. Preferia ter visto um papel da comissão muito mais activo neste campo."

Phillippe Lamberts, co-presidente dos Verdes:

"Diz-se por vezes que Barroso segue em vez de liderar. Penso que será o contrário. Ele decidiu como queria responder à crise, com acções insensíveis ecologicamente e sem legitimidade democrática. Pôs os direitos dos credores acima de tudo. Há 27 milhões de europeus desempregados, e isto sem falar nos subempregados que serão ainda mais três milhões. Gostava de o ter ouvido falar mais de solidariedade, parece que nos esquecemos dessa parte dos tratados."

... e os eurodeputados portugueses

Fernando Ruas (PSD):

"O balanço é positivo, e é sobretudo um orgulho para quem é português. Independentemente dos resultados da comissão (que genericamente são favoráveis) não voltaremos a ver nos tempos mais próximos um português como Presidente da Comissão."

Francisco Assis (PS):

"O mandato de Durão Barroso teve aspectos positivos e negativos. A primeira fase do mandato foi globalmente positiva, em que enfrentou a crise com os referendos em França e na Holanda e o alargamento a Leste. O segundo mandato foi pior. Viu-se um apagamento político da Comissão. O discurso final de Barroso foi um bom discurso, em que ele fez insinuações em relação a capitais que não o acompanharam, penso que se refere a capitais que acabaram por impôr uma linha política, económica e monetária. Enquanto Presidente, Barroso não foi capaz de se opor a um poder quase unipolar germânico."

Marisa Matias (BE):

"Ficará sempre associado ao que foram as escolhas de mudar uma crise, que começou por ser dos sistemas financeiros e passou a ser das dívidas soberanas e transferiu-se o custo da crise para os cidadãos e para os contribuintes. Podemos dar-lhe os parabéns por ter cumprido o programa que escolheu. Seguramente receberá muitos telefonemas de felicitações, do Banco Central Europeu, de Merkel, do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial, mas seguramente não receberá uma quantidade massiva de emails de cidadãos."