PCP anuncia voto contra Orçamento do Estado

Sem adiantar um eventual recurso ao Tribunal Constitucional, Jerónimo defendeu, no entanto, que a proposta reduz direitos constitucionalmente consagrados.

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Nuno Ferreira Santos

No final de uma reunião do comité central do partido, Jerónimo de Sousa respondeu que a questão foi colocada e o resultado foi "inequívoco".

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No final de uma reunião do comité central do partido, Jerónimo de Sousa respondeu que a questão foi colocada e o resultado foi "inequívoco".

"Nós colocámos essa questão e, obviamente, o resultado é inequívoco, o nosso voto é contra, a partir da leitura da proposta do Orçamento do Estado que, de facto, no essencial, visa continuar uma linha de empobrecimento, de aumento da exploração dos trabalhadores e do nosso povo", afirmou o líder comunista.

Sem adiantar um eventual recurso ao Tribunal Constitucional, Jerónimo defendeu, no entanto, que a proposta reduz direitos constitucionalmente consagrados. "Este é um Orçamento que procura esconder o agravamento do endividamento e da dependência do País, mantém e confirma o assalto aos salários e pensões de reforma, promove o desemprego, designadamente na Administração Pública, prossegue a asfixia financeira e o desmantelamento das funções sociais do Estado e dos serviços públicos, reduzindo direitos constitucionalmente consagrados".

Jerónimo de Sousa afirmou ainda que este Orçamento "prossegue uma política fiscal assente na insuportável tributação sobre os trabalhadores e outras camadas não-monopolistas a par de uma escandalosa protecção ao grande capital".

Sem deixar o PS de fora das críticas, o líder comunista referiu que está em marcha uma "corrente de contra-informação", criticando a "encenação que o PS promoveu com a inventada eleição de um candidato a primeiro-ministro para procurar iludir o seu alinhamento com a política de direita".

Já este domingo, também João Semedo, coordenador do Bloco, anucnciou que o partido vai votar contra um Orçamento que contém os "sete pecados capitais".