Ciência amordaçada

Se há sector em que se pensa em mentes abertas, em dúvida permanente, em recurso sistemático à capacidade crítica é o da ciência. Infelizmente, não é assim, como o provam as ameaças feitas por um responsável da European Science Foundation (ESF) a uma astrofísica espanhola que num artigo publicado na prestigiada revista Nature denuncia as falhas ao processo de avaliação de 322 centros de investigação portugueses feitos por esta instituição. A história, amplamente relatada na nossa edição desta quinta-feira, é bem reveladora do desinvestimento público a que este sector-chave tem estado sujeito nos últimos anos. Mas é muito mais do que isso. Leva-nos para outro patamar, que é o da intolerância e da arbitrariedade. Amaya Moro-Martin escreveu um artigo de opinião e atreveu-se a criticar uma instituição poderosa. Por esse “delito” querem enviá-la para a fogueira. Voltámos à Santa Inquisição?

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Se há sector em que se pensa em mentes abertas, em dúvida permanente, em recurso sistemático à capacidade crítica é o da ciência. Infelizmente, não é assim, como o provam as ameaças feitas por um responsável da European Science Foundation (ESF) a uma astrofísica espanhola que num artigo publicado na prestigiada revista Nature denuncia as falhas ao processo de avaliação de 322 centros de investigação portugueses feitos por esta instituição. A história, amplamente relatada na nossa edição desta quinta-feira, é bem reveladora do desinvestimento público a que este sector-chave tem estado sujeito nos últimos anos. Mas é muito mais do que isso. Leva-nos para outro patamar, que é o da intolerância e da arbitrariedade. Amaya Moro-Martin escreveu um artigo de opinião e atreveu-se a criticar uma instituição poderosa. Por esse “delito” querem enviá-la para a fogueira. Voltámos à Santa Inquisição?