Uma reforma por fazer

Debate sobre novas linhas de força de uma reforma considerada necessária tem ficado ofuscado pelas prementes questões do financiamento.

Nos últimos anos, todos os intervenientes do ensino superior foram unânimes na necessidade dessa reforma, mas agora falta concretizar as mudanças. Além do atraso na definição na nova fórmula de financiamento, o debate sobre as restantes linhas de força dessa proposta tem estado adormecido, desde logo porque as questões do financiamento se têm sobreposto.

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Nos últimos anos, todos os intervenientes do ensino superior foram unânimes na necessidade dessa reforma, mas agora falta concretizar as mudanças. Além do atraso na definição na nova fórmula de financiamento, o debate sobre as restantes linhas de força dessa proposta tem estado adormecido, desde logo porque as questões do financiamento se têm sobreposto.

O Governo pretende que seja estimulada a criação de consórcios entre universidades, para partilharem cursos, meios humanos e bens materiais, mas deixou cair a possibilidade de fusões entre instituições. A proposta para a reforma do ensino superior apresentada há quase meio ano não mexe, porém, no sistema de acesso às universidades e politécnicos, apesar de o mesmo ter já sido considerado “esgotado” por especialistas.

A desarticulação entre a oferta e a procura do ensino superior tem sido também posta em evidência. Este ano, no final das três fases do concurso nacional de acesso, quase um quinto das 50.820 vagas abertas no ensino superior ficaram vazias. Mesmo num ano em que havia menos lugares disponíveis e mais candidatos, o sector não conseguiu atrair estudantes suficientes para preencher toda a sua oferta.