Agora que os aviões da Air France já voam, é a Lufthansa que enfrenta uma greve

Pilotos convocaram paralisação para terça-feira. Será a quarta desde Agosto.

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A companhia já cancelou mais de 50 ligações por causa desta greve AFP PHOTO/CHRISTOF STACHE

Os protestos, convocados pelo sindicato Vereinigung Cockpit (que representa cerca de 5400 pilotos da Lufthansa), vão incidir sobre o período das 6h às 21h de terça-feira. No entanto, os constrangimentos começarão a sentir-se ainda nesta segunda-feira.

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Os protestos, convocados pelo sindicato Vereinigung Cockpit (que representa cerca de 5400 pilotos da Lufthansa), vão incidir sobre o período das 6h às 21h de terça-feira. No entanto, os constrangimentos começarão a sentir-se ainda nesta segunda-feira.

Num comunicado emitido no seu site, a companhia de aviação, hoje a maior da Europa, refere que espera “fortes perturbações nos voos de longo curso de e para Frankfurt”, tendo já cancelado mais de 50 ligações. A greve diz apenas respeito à Lufthansa não afectando as outras transportadoras aéreas que integram o grupo alemão (Austrian Airlines, Brussels Airlines, Germanwings, Swiis e Air Dolomiti).

O conflito entre a empresa e os pilotos começou em Agosto, quando a administração os informou de uma revisão no esquema de benefícios associados às pré-reformas, que já está a ser aplicada na subsidiária Lufthansa Cargo e na low cost Germanwings. A companhia quer que os trabalhadores só tenham acesso à pré-reforma quando atingirem os 60 anos, ao contrário do que está estipulado actualmente (55 anos).

Esta intenção, que a administração pretende aplicar apenas aos novos trabalhadores, já fez com que transportadora aérea enfrentasse quatro greves de pilotos desde Agosto, que, no total, levaram à supressão de mais de 500 voos.

A paralisação desta terça-feira dará apenas um dia de intervalo ao sector, que ainda no domingo saíra de uma prolongada greve na Air France contra a reestruturação da sua subsidiária low cost Transavia.

Os protestos foram cancelados pelos pilotos depois de 15 dias consecutivos de greve. Apesar de as negociações com a companhia aérea terem terminado sem acordo, o sindicato decidiu mantê-las “num quadro mais sereno”.

Esta paralisação, agendada porque os trabalhadores temiam que a expansão da Transavia para fora de França reduzisse os seus direitos e significasse a deslocalização dos postos de trabalho, teve impactos muito negativos na operação da Air France, tendo havido dias em que a companhia foi obrigada a cancelar mais de 60% dos voos.