Fátima Lopes quer ir directamente da passerelle para o guarda-roupa

Na penúltima paragem internacional do Portugal Fashion, a criadora portuguesa conduziu uma viagem até aos musicais da Broadway dos anos 1960.

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A criadora trouxe novamente a moda para o cabaret – foi ali que se apresentou em Março com uma colecção para este Inverno que envolvia misturas de materiais grossos com tricot. Aos musicais da Broadway foi buscar os cortes rectos e gráficos, o glamour, e o universo da comédia Sweet Charity (1976), de Bob Fosse, que se passa numa Nova Iorque do final dos anos 1960. Apesar do revivalismo, Fátima Lopes diz que “também é [uma colecção] muito Fátima Lopes 2015”. Agora, numa evolução que considera “natural”, passou do tricot para o croché, ambos feitos à mão, numa colecção a preto e branco, com pinceladas de azul e amarelo, que volta a primar pela combinação de materiais e texturas. Seda, cabedal fino, lãs frias, renda, croché, algodão. “É um jogo de cortes que faz um efeito muito gráfico. A ideia era jogar não com os padrões, mas fazer padrões”, explica.

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A criadora trouxe novamente a moda para o cabaret – foi ali que se apresentou em Março com uma colecção para este Inverno que envolvia misturas de materiais grossos com tricot. Aos musicais da Broadway foi buscar os cortes rectos e gráficos, o glamour, e o universo da comédia Sweet Charity (1976), de Bob Fosse, que se passa numa Nova Iorque do final dos anos 1960. Apesar do revivalismo, Fátima Lopes diz que “também é [uma colecção] muito Fátima Lopes 2015”. Agora, numa evolução que considera “natural”, passou do tricot para o croché, ambos feitos à mão, numa colecção a preto e branco, com pinceladas de azul e amarelo, que volta a primar pela combinação de materiais e texturas. Seda, cabedal fino, lãs frias, renda, croché, algodão. “É um jogo de cortes que faz um efeito muito gráfico. A ideia era jogar não com os padrões, mas fazer padrões”, explica.

Esta é a nova aposta da madeirense: uma colecção comercial. “Fiz uma colecção para mim”, afirma, destacando-a como a sua “favorita dos últimos dez anos”. A maior ousadia, desta vez, são os decotes vertiginosos que “muitas mulheres usam”.

Na plateia, cheia – a falta de lugares levou mesmo a atrasos no início do desfile –, há jornalistas e fotógrafos de todo o mundo. À saída do desfile, uma jornalista norte-americana do grupo Hearst comenta que não conhecia o trabalho de Fátima Lopes mas que acha os sapatos “esplêndidos”. Esta é a outra novidade da criadora portuguesa – uma linha de calçado.

Na perspectiva de internacionalização – em que o objectivo é “crescer cada vez mais” – há um novo posicionamento, nomeadamente no que toca ao calçado. “Portugal está a dar cartas no calçado e a marca Fátima Lopes vai ajudar no crescimento”, acredita a criadora, lamentando no entanto que Portugal não consiga crescer e aludindo aos limites do seu mercado: “É um país fantástico mas a verdade é que lhe falta dimensão. Não pode ser só le soleil e la plage, como dizem aqui”.

O desfile de Fátima Lopes foi uma apresentação paralela à semana de moda de pronto-a-vestir de Paris, a última e a mais influente do circuito das quatro grandes – Londres, Nova Iorque e Milão. A criadora, que apresenta as suas colecções em Paris há 16 anos e já concorreu com o frenesim de desfiles de grandes nomes como Christian Dior ou Saint Laurent, ficou esta estação fora do calendário oficial. “Foi uma questão de horário, não aconteceu nada. Há seis meses o desfile foi às 9h30 e eu prefiro mais tarde. Na próxima temporada logo se vê”, disse ao PÚBLICO no fim do desfile, frisando a importância do apoio do Portugal Fashion. Terça-feira é a vez de o criador português Luís Buchinho apresentar a sua colecção para a próxima Primavera e depois o Portugal Fashion parte em direcção a Lisboa, onde começa a edição Sprinkle a 22 de Outubro, e ao Porto, onde decorre até dia 25.

O PÚBLICO viajou a convite do Portugal Fashion