Pior greve em 16 anos deixa metade dos aviões da Air France em terra

O conflito laboral ao qual terão aderido 60% dos pilotos levou ao cancelamento de quatro voos entre Paris e Lisboa.

Foto
Voos cancelados no aerporto Charles de Gaulle, em Paris KENZO TRIBOUILLARD/AFp

No domingo, a empresa já tinha reconhecido que previa assegurar apenas 48% dos voos, tendo em conta que pelo menos 60% dos pilotos tinham avisado da intenção de fazer greve. O braço de ferro entre os pilotos e a administração da transportadora aérea francesa tem origem nos planos de expansão da Air France para a Transavia, a sua companhia de baixo custo (low cost). A Air France, que compõe com a KLM o segundo maior consórcio europeu da aviação comercial, quer reforçar a frota da Transavia e abrir bases em outros países, com recurso a pilotos locais, para enfrentar a concorrência crescente das companhias low cost.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

No domingo, a empresa já tinha reconhecido que previa assegurar apenas 48% dos voos, tendo em conta que pelo menos 60% dos pilotos tinham avisado da intenção de fazer greve. O braço de ferro entre os pilotos e a administração da transportadora aérea francesa tem origem nos planos de expansão da Air France para a Transavia, a sua companhia de baixo custo (low cost). A Air France, que compõe com a KLM o segundo maior consórcio europeu da aviação comercial, quer reforçar a frota da Transavia e abrir bases em outros países, com recurso a pilotos locais, para enfrentar a concorrência crescente das companhias low cost.

Os pilotos da Air France contestam a aposta na Transavia, argumentando que levará à externalização de postos de trabalho e a situações de “dumping social”, com a contratação de pilotos segundo a legislação laboral de outros países, com menos regalias.

A empresa, que estima que a greve tenha um custo de 10 a 15 milhões de euros por dia, continua em negociações com os sindicatos dos pilotos, mas, para já rejeitou a principal reivindicação dos pilotos (um contrato único dentro da companhia para os pilotos de todos os aviões com mais de 100/110 lugares, independentemente de serem da Air France, da Hop!, ou da Transavia).

Segundo a AFP, a companhia aérea pediu aos seus clientes que tentem “alterar os seus bilhetes ou peçam o reembolso”, recomendando àqueles cujos voos foram alterados que não permaneçam nos aeroportos.