Greve na Air France pode cancelar metade dos voos na segunda-feira

Pilotos estão contra o plano de expansão da filial low cost Transavia. Pré-aviso de greve vai de dia 15 até 22.

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A Air France recorreu da decisão tomada em primeira instância de indemnizar a passageira Sergio Moraes/Reuters

“Prevemos assegurar 48% dos nossos voos”, porque pelo menos 60% dos pilotos avisaram que irão fazer greve, anunciou a empresa, que compõe com a KLM o segundo maior consórcio europeu da aviação comercial.

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“Prevemos assegurar 48% dos nossos voos”, porque pelo menos 60% dos pilotos avisaram que irão fazer greve, anunciou a empresa, que compõe com a KLM o segundo maior consórcio europeu da aviação comercial.

Os pilotos da Air France estão contra o plano de expansão da filial de baixo custo (low cost) da companhia, a Transavia, e por isso o maior sindicato de pilotos francês fez um pré-aviso de greve para toda a semana entre 15 e 22 de Setembro. A concretizar-se, será o maior conflito laboral naquela companhia aérea desde 1998.

O consórcio Air France-KLM quer reposicionar a Transavia de forma a responder à concorrência cada vez maior das empresas low cost, aumentando a frota da companhia e a abertura de novas bases em diversos países europeus, contratando pilotos localmente.

O sindicato acredita que o projecto de desenvolvimento da Transavia irá levar à externalização de alguns postos de trabalho e a situações de “dumping social”, com a contratação de pilotos segundo a legislação laboral de outros países, com menos regalias.

A Air France está a recalendarizar voos e aeronaves para tentar colocar no ar aviões com maior capacidade para colmatar a falha de algumas ligações devido à greve. E aconselha os passageiros com voos marcados para a próxima semana para se informarem das alterações junto dos serviços da companhia e pedirem mudança de voo ou, caso prefiram, o seu reembolso.

A empresa calcula que a greve tenha um custo de 10 a 15 milhões de euros por dia, e Frédéric Gagey, o patrão da Air France, afirmou que a direcção fez todos os esforços possíveis para encontrar uma saída para o impasse. O presidente do consórcio Air France-KLM rejeitou esta semana a principal reivindicação dos sindicatos, que querem um contrato único dentro da companhia, para os actuais pilotos de todos os aviões com mais de 100/110 lugares, independentemente de serem da Air France, da Hop!, ou da Transavia.