Comissão Europeia e BEI preparam relatório sobre investimentos prioritários na Europa

Ministros das Finanças dos 28 estão preocupados com o fraco crescimento da economia.

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Pier Carlo Padoan, ministro italiano das Finanças, foi o anfitrião da reunião informal do Ecofin em Milão. Rui Gaudêncio

Esta foi uma das decisões que saiu da reunião informal do Ecofin, que decorreu em Itália durante o fim-de-semana, e que serviu também para os ministros dos 28 darem o seu apoio global à Irlanda, que pretende reembolsar antecipadamente o Fundo Monetário Internacional de parte significativa do empréstimo concedido no âmbito do programa da troika.

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Esta foi uma das decisões que saiu da reunião informal do Ecofin, que decorreu em Itália durante o fim-de-semana, e que serviu também para os ministros dos 28 darem o seu apoio global à Irlanda, que pretende reembolsar antecipadamente o Fundo Monetário Internacional de parte significativa do empréstimo concedido no âmbito do programa da troika.

De acordo com o ministro italiano das Finanças, Pier Carlo Padoan, a CE e o BEI “deverão preparar rapidamente um primeiro relatório com medidas concretas, que possam ser sugeridas ao nível nacional e europeu, para preparar bons projectos de investimento, que possam ser financiados”, disse citado pela AFP.

O relatório, acrescentou o seu homólogo alemão, Wolfgang Schäuble, deverá ser apresentado em Dezembro, mas na próxima reunião do Ecofin (marcada para 14 de Outubro, no Luxemburgo) já será apresentado um relatório intermédio.

Padoan sublinhou que a falta de investimentos na Europa é “ao mesmo tempo a causa e a consequência do fraco crescimento” económico e realçou o papel fundamental de Bruxelas enquanto catalisador do investimento.

O futuro presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, comprometeu-se a avançar com um plano de investimentos públicos e privados no valor de 300 mil milhões de euros nos próximos três anos, desenhado com base em fundos europeus, que possam depois maximizar o investimento privado.

O ponto de partida da discussão, que teve lugar este sábado em Milão, foi um documento comum apresentado pelos ministros alemão e francês que visa, sobretudo, reforçar o papel do BEI no financiamento dos grandes projectos. Entre as medidas propostas, o eixo franco-alemão quer que seja facilitado o acesso das empresas, nomeadamente PME, às fontes de financiamento e o desenvolvimento de “project bonds” para financiar projectos de infra-estruturas transnacionais.

No final do encontro, o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, realçou que também este organismo quer promover o crescimento e disse que a redução da taxa de juro directora para 0,05% visou responder a uma "sensação de urgência", perante os receios de estagnação da zona euro e a persistente baixa inflação.

Este mês, o BCE reduziu a taxa directora para um novo mínimo histórico e anunciou que vai lançar um programa de compra de activos nas mãos dos bancos para apoiar o mercado de crédito e dinamizar a economia da zona euro.

"A combinação de baixo crescimento e baixa inflação cria um contexto de crescimento nominal baixo que aumenta o peso da dívida e que pode criar obstáculos a recuperação", disse Constâncio.

O responsável do BCE afirmou ainda que Frankfurt espera que a zona euro regresse a um crescimento moderado no terceiro trimestre, ainda que no total no ano fique abaixo de 1% do Produto Interno Bruto (PIB).