Durante 42 dias, Zilla "viajou" pelo Sudeste asiático sentada no seu apartamento

Fotografias manipuladas e vídeos acabaram por se tornar um projecto para a universidade.

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As fotografias que Zilla usou para aquele que se tornaria um projecto para o seu curso universitário foram sempre de lugares paradisíacos ou de interiores que se esperaria encontrar num país asiático. Em vídeos que foi gravando enquanto o projecto avançava, e que publicou mais tarde no Vimeo, a holandesa mostra como criou algumas das situações ficcionadas. Até a sua despedida no aeroporto foi encenada. Pouco depois de se despedir dos pais, Zilla trocava de roupa e apanhava um comboio para regressar a casa. Está tudo documentado.

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As fotografias que Zilla usou para aquele que se tornaria um projecto para o seu curso universitário foram sempre de lugares paradisíacos ou de interiores que se esperaria encontrar num país asiático. Em vídeos que foi gravando enquanto o projecto avançava, e que publicou mais tarde no Vimeo, a holandesa mostra como criou algumas das situações ficcionadas. Até a sua despedida no aeroporto foi encenada. Pouco depois de se despedir dos pais, Zilla trocava de roupa e apanhava um comboio para regressar a casa. Está tudo documentado.

Por exemplo, Zilla visitou um templo budista em Amesterdão, tirou fotografias com monges, comeu em restaurantes tailandeses — autênticos cenários asiáticos. Bastou escrever um texto e publicá-lo no Facebook e, em segundos, parecia que deixava o seu apartamento e estava na Tailândia, no Camboja ou em Laos. E a família e amigos respondiam-lhe com comentários invejosos por ela estar a divertir-se.

Sempre que saía para fotografar ou filmar um local em Amesterdão, Zilla disfarçava-se para que ninguém a reconhecesse. Num dos vídeos que está na sua página no Vimeo, entra no seu carro vestida como se estivesse de férias, para logo a seguir sair da viatura com roupas quentes e cabeça coberta.

Durante seis semanas foi esta a sua realidade: mostrar que estava a viajar pelo sudeste asiático através de posts, com fotos manipuladas, publicados no Facebook e com contactos com família e amigos através do Skype, onde o fundo era criado consoante a zona em que estava.

“A inspiração para este projecto surgiu da combinação de duas das minhas paixões: manipulação de fotografia e viajar”, disse a jovem ao site BuzzFeed. “Provar como é fácil a realidade ser distorcida” e “mostrar às pessoas que podemos filtrar e manipular o que mostramos nas redes sociais” foram outros dos motivos apontados.

“Todos sabem que as fotografias de modelos são manipuladas, mas muitas vezes queremos ignorar o facto de que também manipulamos a realidade nas nossas vidas”, continuou Zilla.

Depois de terminar o projecto, Zilla enviou vídeos das suas supostas férias à sua família e amigos, onde revela como criou as fotografias manipuladas, com as versões do antes e depois. A jovem diz que todos ficaram chocados e surpreendidos. “Subestimei o impacto do projecto em mim e nas pessoas à minha volta”, confessou.