Verão atípico aumenta custos e atrasa produção hortícola

Condições meteorológicas afectam o crescimento das plantas e obrigam ao aumento dos tratamentos fitofármacos.

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Entre Maio e Julho há mais emprego sazonal na agricultura Rui Soares/Arquivo

O alerta foi dado por Manuel Silva, presidente da Horpozim, Associação de Horticultores da Póvoa de Varzim, que garante que na sua região, uma das mais significativas do país na produção de horticultura, as dificuldades são transversais a todos os agricultores.

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O alerta foi dado por Manuel Silva, presidente da Horpozim, Associação de Horticultores da Póvoa de Varzim, que garante que na sua região, uma das mais significativas do país na produção de horticultura, as dificuldades são transversais a todos os agricultores.

"Está ser um ano atípico porque a temperatura tem sido muito mais amena, há menos horas de luz nas zonas litorais por causa dos nevoeiros, e a humidade é maior, o que tem criado dificuldades nas produções", explicou o dirigente.

"Isso repercute-se no crescimento das plantas, que não se estão a desenvolver normalmente. Por outro lado, o grande teor de humidade obriga-nos a um aumento dos tratamentos fitofármacos, porque os fungos com esta temperatura baixa e humidade desenvolvem-se com mais facilidade".

Ainda assim, Manuel Silva garante que "por enquanto as produções não estão em causa, porque os agricultores prepararam-se para tal", mas apontou que devido ao aumento dos tratamentos "existe um acréscimo nos custos de produção entre os 20 a 25%".

"Já temos de lidar com preços baixos que nos são pagos e, com este aumento nos custos de produção, a rentabilidade dos horticultores vai ser, certamente, afectada", vincou o dirigente.

Manuel Silva alertou, ainda, que "pelo facto de o Inverno ter sido muito prolongado e o Verão ainda não ter chegado em força será natural que as colheitas se atrasem", estando expectante sobre o tempo que se vai sentir em Setembro e Outubro.