Porto à espera de Gaia e Valongo para criar solução para a STCP

Autarquia liderada por Rui Moreira apostada em concorrer à concessão com empresa intermunicipal

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A Câmara do Porto considera que não necessita de um alvará de transportes para concorrer à STCP Adriano Miranda

A Câmara do Porto contratou os serviços do Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Universidade Católica Portuguesa para a preparação da proposta a apresentar ao concurso que encerra no final de Setembro. Aquela entidade, conhecida pelos trabalhos de avaliação de políticas públicas e de grandes obras, como o novo aeroporto de Lisboa ou o plano de barragens, chamou para esta colaboração com o executivo de Rui Moreira o especialista em transportes Álvaro Costa, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

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A Câmara do Porto contratou os serviços do Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Universidade Católica Portuguesa para a preparação da proposta a apresentar ao concurso que encerra no final de Setembro. Aquela entidade, conhecida pelos trabalhos de avaliação de políticas públicas e de grandes obras, como o novo aeroporto de Lisboa ou o plano de barragens, chamou para esta colaboração com o executivo de Rui Moreira o especialista em transportes Álvaro Costa, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

O académico e consultor, que trabalhou na última grande reestruturação da rede da STCP e já esteve na administração da empresa, tem estado presente nas reuniões entre Moreira e os homólogos dos concelhos vizinhos. Estes têm recebido com bastante interesse a iniciativa de Moreira, mostrando vontade de a apoiar, em termos ainda a definir, desde que sejam respeitadas as necessidades que cada um identifica nos respectivos concelhos, servidos, para além da STCP, nalgumas linhas importantes, por vários operadores privados.

Alguns destes ponderam entrar na corrida ao Metro e à STCP. Segundo o site Transportes em Revista, a Valpi Bus, empresa do Grande Porto liderada por Eduardo Caramalho, vice-presidente da Antrop, já levantou o caderno de encargos e está a analisar as condições do concurso. O mesmo fizeram já a Vimeca – cujo gerente, Fernando Leal Ramos, reiterava no Diário Económico “a intenção de concorrer às subconcessões dos transportes públicos” de Lisboa e do Porto – e as multinacionais Veolia-TRansdev (ex-operadora do metro do Porto), e a Arriva (que está com a Barraqueiro no actual consórcio que opera o metro).

A Câmara do Porto está também a analisar o extenso documento e fonte da autarquia garantiu ao PÚBLICO que não necessita de um alvará de transportes para concorrer à concessão da STCP, tendo em conta que a empresa detém o exclusivo da operação de transporte rodoviário de pesados de passageiros na cidade do Porto.

A dúvida foi suscitada pelo presidente da Câmara de Gaia, que, mesmo sem se ter ainda encontrado com Rui Moreira, tem assumido algumas dúvidas sobre a possibilidade de uma participação de municípios num concurso cujo júri, lembrou ao Jornal de Notícias, vai incluir um elemento indicado pelo conselho metropolitano. O socialista Eduardo Vítor Rodrigues considera também elevado o valor da caução pedida – 17 milhões de euros –, mas o executivo de Rui Moreira não vê nessa condição qualquer problema.