Papa Francisco e uma possível resignação: "Bento XVI abriu uma porta"

Líder da Igreja Católica admite seguir os passos do antecessor e diz que só viverá mais "dois ou três anos".

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Papa Francisco durante a visita à Coreia do Sul Ed Jones/Reuters

“Vocês podem perguntar: se um dia não se sentir capaz, fará a mesma coisa [que Bento XVI]? Sim. Eu rezarei e farei o mesmo. Bento XVI abriu uma porta que é institucional”, disse Francisco, durante a viagem de avião de regresso da Coreia do Sul. E acrescentou que a resignação deixou de ser uma excepção, ainda que isso “não agrade a alguns teólogos”.

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“Vocês podem perguntar: se um dia não se sentir capaz, fará a mesma coisa [que Bento XVI]? Sim. Eu rezarei e farei o mesmo. Bento XVI abriu uma porta que é institucional”, disse Francisco, durante a viagem de avião de regresso da Coreia do Sul. E acrescentou que a resignação deixou de ser uma excepção, ainda que isso “não agrade a alguns teólogos”.

Confrontado com a sua popularidade junto dos católicos (e não só), o Papa Bergoglio, de 77 anos, disse que hoje a encara com “mais naturalidade”, depois de inicialmente se ter assustado. “Vejo-a como a generosidade do povo de Deus. Tento pensar nos meus pecados e nos meus erros e não ficar orgulhoso. Até porque sei que não vai durar muito tempo. Mais dois ou três anos e irei para a casa de Deus.”

Na conversa “leve” com os jornalistas, Francisco admitiu também alguns “problemas de nervos”. “Tenho de os tratar bem, dar-lhe mate [chá] todos os dias”, brincou, citado pela AFP.

Interrogado sobre as férias deste ano, o líder da Igreja Católica disse que ficará em casa, na residência de Santa Marta. “Eu tiro sempre férias. Mudo de ritmo. Leio coisas de que gosto, escuto música. Rezo mais. Isso ajuda-me a repousar”, disse o Papa.