Papa apela a países comunistas para não recearem cristãos

Francisco defende em Seul a promoção do diálogo às nações com as quais a Igreja Católica não mantém relações.

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O Papa, que se encontra no penúltimo dia da sua visita à Coreia do Sul, assegurou que a Igreja Católica tem as portas abertas ao diálogo com todas as nações. “Com este espírito de abertura aos outros, espero firmemente que os países do vosso continente, com os quais a Santa Sé ainda não mantém plenas relações, não hesitem em promover um diálogo em benefício de todos. Não me refiro apenas ao diálogo político, mas ao diálogo fraterno”.

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O Papa, que se encontra no penúltimo dia da sua visita à Coreia do Sul, assegurou que a Igreja Católica tem as portas abertas ao diálogo com todas as nações. “Com este espírito de abertura aos outros, espero firmemente que os países do vosso continente, com os quais a Santa Sé ainda não mantém plenas relações, não hesitem em promover um diálogo em benefício de todos. Não me refiro apenas ao diálogo político, mas ao diálogo fraterno”.

Aos bispos presentes realçou a necessidade da Igreja Católica “empreender o caminho do diálogo, com indivíduos e culturas, partindo da nossa identidade própria de cristãos, com abertura de mente e de coração”. Pediu ainda aos prelados que se mantenham afastados do “relativismo”, “superficialidade”, e da “aparente segurança” humana.

Francisco sublinhou ainda que os cristãos “não são como os conquistadores”, nem pretendem “tirar a identidade” dos países e das suas culturas, mas “caminhar em conjunto” com todos.

A mensagem feita a partir de Seul para os países asiáticos pode ser entendida como uma espécie de recado a algumas nações que associam a Igreja Católica ao colonialismo, como é o caso da China. Pequim e Vaticano não têm relações diplomáticas. Desde que o Partido Comunista Chinês chegou ao poder foi criada uma igreja fora da autoridade do Vaticano.

O porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, disse em conferência de imprensa, citado pela Reuters, que a mensagem do Papa é “uma oferta, uma abertura, uma disponibilidade para encetar diálogo para o bem-estar da Igreja e das pessoas nessas terras diferentes”. Lombardi repetiu a ideia de Francisco de que as “autoridades não devem temer a Santa Sé como algo que exerce poder no seu território”.

À margem do encontro com os bispos, o Papa voltou a reunir-se com alguns dos familiares das vítimas do naufrágio do ferry Sewol, em Abril último, no qual morreram mais de 300 pessoas, na sua maioria alunos de escolas sul-coreanas. Francisco baptizou, na embaixada do Vaticano em Seul, o pai de uma das vítimas, que tinha feito o pedido anteriormente ao Papa. Lee Ho Jin recebeu o nome cristão de Francisco.