Norte-americano acusado de arriscar vida dos filhos ao levá-los ao Monte Branco

Patrick Sweeney acusado de ser irresponsável por levar crianças até ao "corredor da morte".

Quando filmou a preparação dos dois filhos para subirem o Monte Branco e depois as crianças no local a conseguirem fugir ao deslizamento de neve, Sweeney não imaginava que os vídeos se pudessem tornar um escândalo. As imagens da avalancha mostram o filho PJ, de 9 anos, e Shannon, de 11, a tentarem manter-se de pé numa zona de forte inclinação. Além do Youtube, o vídeo chegou à estação de televisão norte-americana ABC News e as declarações que Sweeney fez sobre o incidente foram alvo de fortes críticas.

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Quando filmou a preparação dos dois filhos para subirem o Monte Branco e depois as crianças no local a conseguirem fugir ao deslizamento de neve, Sweeney não imaginava que os vídeos se pudessem tornar um escândalo. As imagens da avalancha mostram o filho PJ, de 9 anos, e Shannon, de 11, a tentarem manter-se de pé numa zona de forte inclinação. Além do Youtube, o vídeo chegou à estação de televisão norte-americana ABC News e as declarações que Sweeney fez sobre o incidente foram alvo de fortes críticas.

À ABC News, o norte-americano sublinha os momentos terríveis que viveu no “corredor da morte”, como é designada a zona onde estiveram no Monte Branco, e descreve que no momento em que são atingidos pela avalancha parecia que estava a ser “puxado por um leão”. O filho PJ admite que teve medo, enquanto Shannon afirma que vai adiar experiências semelhantes até ao próximo ano.

Jean-Marc Peillex, presidente do município de St-Gervais-les-Bains, cidade francesa onde os alpinistas iniciam a subida do Monte Branco, viu a entrevista e não poupou críticas ao norte-americano. O responsável lamentou a “imprudência” de Sweeney e a forma entusiasta como descreveu o incidente. Em declarações à rádio FranceInfo, Peillex afirmou que o Monte Branco está a “tornar-se um parque de diversões onde temos equipas de resgate e a Pamela Anderson a salvar-nos”. O autarca disse mesmo que a família não será bem-vinda a St-Gervais-les-Bains, depois do que aconteceu.

Ao The Guardian, Peillex indicou que defende que os alpinistas devem pagar as operações de socorro sempre que estiverem em incidentes que poderiam ter sido evitados, sublinhando que as operações são pagas com os impostos franceses.

“O Monte Branco não é a maratona de Nova Iorque. Não é um percurso qualquer. É montanhismo”, reforçou, lembrando que na sexta-feira um alpinista ucraniano morreu no mesmo “corredor da morte” onde se encontravam os Sweeney. Este domingo, dois montanhistas irlandeses morreram na zona do Dent du Géant (Dente do Gigante), no Monte Branco.
Quanto à tentativa de bater o recorde da criança inglesa, o presidente do sindicato francês de guias de montanha, Denis Crabières, considerou à mesma rádio que Sweeney tentou “quebrar o recorde para a estupidez” ao colocar em risco os seus próprios filhos e ao publicitar, à semelhança de outros alpinistas, as suas aventuras na comunicação social.

Em respostas às críticas, Sweeney disse numa entrevista à CBS Boston que não se arrependia e ter levado os filhos até à região montanhosa francesa. “É muito melhor do que tê-los sentados em casa, com as cabeças metidas no Minecraft ou na televisão ou algo do género. E se podem aprender com esta lição de coragem enquanto são jovens, então fiz um excelente trabalho como pai”.