Dunga apresentado como seleccionador do Brasil

O técnico, que já liderou os "canarinhos" entre 2006 e 2010, deixou a promessa de não "vender sonhos" aos adeptos.

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Dunga na conferência de imprensa de apresentação como novo seleccionador do Brasil VANDERLEI ALMEIDA/AFP

No Brasil, ainda se discutiam as explicações para a derrota histórica frente à Alemanha (1-7) e já Tite, ex-técnico do Corinthians, era dado como sucessor de Felipão, que dificilmente teria condições para continuar. Ora, o prognóstico confirmou-se, mas só pela metade: Scolari saiu, é certo; a aposta, essa, voltou a recair no homem que conduziu os brasileiros à vitória na Copa América de 2007 e na Taça das Confederações de 2009.

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No Brasil, ainda se discutiam as explicações para a derrota histórica frente à Alemanha (1-7) e já Tite, ex-técnico do Corinthians, era dado como sucessor de Felipão, que dificilmente teria condições para continuar. Ora, o prognóstico confirmou-se, mas só pela metade: Scolari saiu, é certo; a aposta, essa, voltou a recair no homem que conduziu os brasileiros à vitória na Copa América de 2007 e na Taça das Confederações de 2009.

Durante quatro anos, Dunga orientou a equipa em 60 jogos, conseguindo uma taxa de sucesso de 76,6% (42 vitórias, 12 empates e 6 derrotas). Os números serviram-lhe de arma de arremesso quando, no decorrer da apresentação, foi confrontado com o facto de o seu nome não ser consensual entre os adeptos. “Não sinto essa tamanha rejeição de que se tem falado. Mas a minha meta é mudar o que as pessoas pensam de mim”, sublinhou, fazendo até um mea culpa: “Sei que tenho de melhorar muito no trabalho com os jornalistas.”

Agitada a bandeira branca, lançou-se ao raio-X do futebol brasileiro com uma postura que soou a antítese da atitude de Scolari. “Eu não vou vender um sonho, vou vender uma realidade e a realidade exige muito trabalho. Não podemos achar que somos os melhores. Temos de ter a humildade de reconhecer que outras selecções trabalharam muito para terem o direito de chegar onde chegaram”, ressalvou, frisando que, a única forma de o Brasil reconquistar o direito de estar entre os melhores, será aliar ao talento o compromisso e o equilíbrio emocional.

E quanto ao último Mundial, a solução é riscá-lo da memória? Dunga, capitão da selecção que, em 1994, conquistou a quarta Taça Jules Rimet do seu palmarés, não pensa assim: “Não precisamos de o transformar em terra arrasada. Há coisas que podem ficar. Vimos que o talento e o marketing são importantes, mas também o planeamento e os resultados dentro de campo.”

Quanto à restante equipa técnica, ainda não foi divulgada, mas os responsáveis da CBF confirmaram que Alexandre Gallo é o escolhido para orientar a selecção brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016.