Quem dá as boas-vindas a Obiang?

A partir desta semana a Guiné Equatorial será o nono país da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), um grupo que até agora tinha em comum a língua. Não vem mal ao mundo aceitar na CPLP um país que vai introduzir o português como terceira língua, a seguir ao espanhol e francês. Se os membros da comunidade querem dar primazia aos negócios em vez da língua também é natural.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A partir desta semana a Guiné Equatorial será o nono país da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), um grupo que até agora tinha em comum a língua. Não vem mal ao mundo aceitar na CPLP um país que vai introduzir o português como terceira língua, a seguir ao espanhol e francês. Se os membros da comunidade querem dar primazia aos negócios em vez da língua também é natural.

Mas aceitar na CPLP um país que tem um longo historial de violação dos direitos humanos e que é governado há 35 anos por um ditador, Obiang – e que provavelmente daqui a uns anos será governado pelo filho, que tem um mandado de captura da Interpol sob a acusação de práticas criminosas – já ultrapassa o razoável. E é preciso não esquecer que a Guiné não aboliu, apenas fez uma moratória à pena de morte. Fechemos os olhos e demos as boas-vindas a Obiang.