Pais de alunos de Arroios, Lisboa, queixam-se de "elevado estado de degradação" de escola

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Os abusos envolveram alunas de uma escola em Seia onde o docente dava aulas Paulo Pimenta

No período de intervenção do público da reunião da Câmara Municipal de Lisboa, Rita Gorgulho falou em nome dos encarregados de educação daquele estabelecimento de ensino denunciando o “elevado estado de degradação da escola”.

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No período de intervenção do público da reunião da Câmara Municipal de Lisboa, Rita Gorgulho falou em nome dos encarregados de educação daquele estabelecimento de ensino denunciando o “elevado estado de degradação da escola”.

“Nesta escola, há 400 crianças que brincam num recreio desprovido de qualquer equipamento lúdico e cujo chão de azulejos está tão degradado que tem buracos que provocam acidentes diários”, disse.

Segundo a representante, a escola não tem zonas de sombras, protecção para a chuva e os toldos que forneciam sombra para as salas de aulas estão “partidos, rasgados ou são inexistentes”.

A biblioteca está a alojar uma turma cuja sala foi interditada devido a um curto-circuito, partes do chão do ginásio estão apodrecidas por causa de uma inundação que ocorreu no ano lectivo 2011/2012 e o facto de a escola não ter plano de evacuação foram outros dos problemas apontados pelos pais.

Entretanto, os encarregados de educação foram informados hoje de que a escola vai sofrer obras a partir de terça-feira, afirmando que saúdam esta notícia, que “só peca por tardia”.

“Uma escola não deveria chegar a este ponto de degradação, colocando todos em risco”, frisaram.

Os pais perguntaram ainda ao executivo qual a abrangência da intervenção e qual o prazo previsto para o fim das obras.

Em resposta, o vereador das Obras, Jorge Máximo, disse ter conhecimento da situação e referiu que visitou na semana passada a EB1 Leão de Arroios com a vereadora da Educação, Graça Fonseca.

Assegurou ainda que a empreitada vai começar na data prevista.

Durante o período de intervenção do público, foi também abordada a situação das creches na cidade, como a Algodão Doce, situada em Telheiras.

O estabelecimento, gerido pela Fundação António Silva Leal, foi criado no âmbito do programa da autarquia B.a.Bá, para desenvolvimento de creches, no qual estava indicado que a câmara iria comparticipar parte da mensalidade.

Porém, isto não aconteceu este ano e foi a fundação que assumiu o prejuízo, denunciou Áurea Pedroso, representante dos encarregados de educação da Algodão Doce.

Segundo a representante, isto não se sucederá no próximo ano, estando em risco as mensalidades mais baixas. “Há pessoas a pagar 90 euros e passarem para 350 euros [de mensalidade] faz uma grande diferença”, frisou a encarregada de educação em declarações à Lusa.

“A câmara não pretende apoiar o funcionamento da creche”, disse o vereador dos Direitos Sociais, João Afonso, delegando responsabilidades desta tarefa para a Segurança Social.

Também apreensiva está Cristiana Silva, mãe de uma criança que está na creche Domus Principis, no Lumiar. A estas preocupações acresce o facto de a administração do estabelecimento ter abandonado a sua gestão.

Aos pais, a Obra Nazareno explicou através de uma carta divulgada no final de maio que tomou esta decisão por falta de apoio financeiro do executivo municipal, com o qual tinham apenas um contrato verbal, esclareceu a representante, referindo que não sabe se “a creche vai funcionar no próximo ano lectivo”.

Face a esta questão, João Afonso assegurou que a creche vai manter-se em funcionamento no próximo ano, nos mesmos moldes, e salientou que está aberto um concurso para a gestão da mesma.