Lua da cor do mel em Lisboa ganha destaque mundial

Na noite escura de 13 Junho sobressaiu uma Lua bem redonda, de cores quentes. A sua imagem foi destacada num site da NASA.

Foto
A Lua de Mel captada a seis quilómetros do Cristo-Rei Miguel Claro

O gradiente de cores, desde um tom mais avermelhado ao início da noite até aos tons de ouro de uma Lua redondinha à medida que a noite se desenrolava, desenhou uma linha oblíqua perfeita no céu. Esta Lua de Mel em Lisboa, a designação que recebeu por causa da sua cor, foi captada durante cerca de uma hora por Miguel Claro. Estava em Algés, a cerca de seis quilómetros de distância do Cristo-Rei, local que lhe permitiu registar com a sua máquina fotográfica a imensidão desse momento.

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O gradiente de cores, desde um tom mais avermelhado ao início da noite até aos tons de ouro de uma Lua redondinha à medida que a noite se desenrolava, desenhou uma linha oblíqua perfeita no céu. Esta Lua de Mel em Lisboa, a designação que recebeu por causa da sua cor, foi captada durante cerca de uma hora por Miguel Claro. Estava em Algés, a cerca de seis quilómetros de distância do Cristo-Rei, local que lhe permitiu registar com a sua máquina fotográfica a imensidão desse momento.

Não só o local foi estudado como o momento para fazer a fotografia também foi pensado previamente, uma vez que, nos dias que antecedem os solstícios (o solstício de Verão foi a 21 de Junho), o Sol percorre o seu maior arco no céu do Hemisfério Norte, refere a explicação do site Astronomy Picture of the Day, ligado à agência espacial norte-americana NASA.  

“São imagens que requerem sempre algum estudo prévio. Neste caso, a ideia era captar a Lua Cheia atrás do Cristo-Rei. Como o monumento é muito grande, eu teria de me desviar bastante do local. Daí ter ficado a cerca de seis quilómetros, o que possibilitava que o Cristo-Rei tivesse um diâmetro aparentemente inferior ao da Lua”, explica ao PÚBLICO Miguel Claro.

Apesar de muitas vezes se pensar que a Lua é maior quando está próxima do horizonte do que quando está bastante acima das nossas cabeças, na realidade isso não acontece. Com esta fotografia, Miguel Claro quis demonstrar que tudo isso não passa de uma “ilusão de óptica”.

“Temos de usar um ponto de comparação próximo da linha do horizonte – uma casa, um edifício ou, neste caso, um monumento – e criamos essa ilusão de que a Lua parece enorme”, diz o astrofotógrafo. “Mas a imagem, como está feita em sequência, permite não só ver a mudança de tonalidade da Lua, mas também perceber que o diâmetro dela é sempre o mesmo”, acrescenta.

“Uma cor avermelhada profunda deu lugar a um ouro pálido, à medida que a Lua Cheia subiu no céu da noite”, refere o “site”, que destacou a imagem a 21 de Junho. Já Miguel Claro recorda esse momento desta forma: “Ela começou com um tom mais avermelhado. E, à medida que se foi afastando do horizonte, a luz já foi chegando [à Lua] de forma um bocadinho mais directa e ela deixou de estar sob a influência da turbulência atmosférica que existe próxima da linha do horizonte. Conforme foi subindo, ganhou aquela tonalidade dourada.”

Apesar de não ser a primeira vez que vê o seu trabalho destacado neste conhecido site de fotografia astronómica da NASA, Miguel Claro fica sempre contente quando isso acontece. “Foi especial.”

Texto editado por Teresa Firmino