Balcões dos CTT vão vender créditos ao consumo a partir deste mês

Parceria dos CTT com a Cetelem para intermediação de crédito pessoal inclui lançamento de cartões no quarto trimestre.

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Francisco Lacerda é o presidente executivo dos CTT Miguel Manso

Na prática, os CTT vão passar a intermediar produtos de crédito concebidos e geridos pela Cetelem (marca comercial do BNP Paribas Personal Finance) e, em contrapartida, receberão comissões em função do valor do crédito colocado e dos lucros gerados no negócio.

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Na prática, os CTT vão passar a intermediar produtos de crédito concebidos e geridos pela Cetelem (marca comercial do BNP Paribas Personal Finance) e, em contrapartida, receberão comissões em função do valor do crédito colocado e dos lucros gerados no negócio.

Os Correios “receberão uma comissão inicial, comissões de produção com base nos montantes de crédito colocados, uma comissão de participação nos lucros baseada no desempenho do portefólio de crédito e uma comissão de incentivo à produção”, revela o comunicado enviado pelo operador postal à CMVM, onde não se especificam montantes.

A parceria, que é válida por cinco anos, vem reforçar a aposta dos CTT nos serviços financeiros  e dá à Cetelem acesso a uma vasta rede de balcões (e potenciais clientes), com presença em todo o território nacional. No comunicado, os Correios sublinham que os termos económicos da parceria estão sujeitos a “ajustamentos em função do montante total de produção mínima e dos objectivos comerciais acordados”.

Na cerimónia de assinatura do acordo entre as duas instituições, realizada na segunda-feira, o presidente executivo dos Correios, Francisco Lacerda, sublinhou que as duas empresas estão empenhadas numa política de concessão de crédito responsável. “O crédito a particulares aumenta a responsabilidade de quem o vende, devido aos riscos existentes quer para quem concede crédito, quer para quem o recebe", disse o gestor, citado pela Lusa.

Segundo os Correios, o acordo prevê ainda “campanhas ocasionais com vista à aquisição de bens e serviços a comercializar pelos CTT no âmbito do crédito clássico afecto”. A empresa explica ainda que a oferta será suportada num sistema online da Cetelem, de modo a assegurar uma decisão de crédito rápida após o pedido.

Lacerda sublinhou tratar-se de “um acordo muito significativo para os Correios”, já que a empresa tem na área financeira “um dos seus pilares de crescimento”. Em 2013, as receitas dos serviços financeiros aumentaram 5,5%, para um total de 60,9 milhões de euros. Este valor foi impulsionado pelo aumento da colocação dos produtos de poupança e pelo aumento de comissões resultante da renegociação das condições dos contratos com a Fidelidade, com que os CTT têm um acordo de exclusividade para a venda de seguros de capitalização, e com o IGCP, para a colocação de títulos de dívida pública. No primeiro trimestre deste ano, o resultado operacional bruto desta área de negócio, que abrange serviços de poupança, pagamentos e transferências, fixou-se em 8,2 milhões de euros.