Dois cientistas britânicos descobridores do bosão de Higgs armados cavaleiros

Um dos cientistas foi condecorado pela sua participação na previsão teórica do bosão de Higgs nos anos 1960, ou outro pela concepção e construção, a partir dos anos 1990, de um dois grandes detectores que permitiu “ver” a partícula em 2012.

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Kibble foi um dos seis teóricos que, nos anos 1960, previu a existência do bosão de Higgs, a fugidia partícula elementar que, segundo o chamado Modelo-Padrão da física (que descreve as partículas subatómicas e as forças que se exercem entre elas), confere massa à matéria de que é feito o Universo.

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Kibble foi um dos seis teóricos que, nos anos 1960, previu a existência do bosão de Higgs, a fugidia partícula elementar que, segundo o chamado Modelo-Padrão da física (que descreve as partículas subatómicas e as forças que se exercem entre elas), confere massa à matéria de que é feito o Universo.

Quando, em Outubro passado, o Prémio Nobel da Física foi atribuído apenas a dois dos descobridores teóricos do bosão – o britânico Peter Higgs e o belga François Englert –, muitos criticaram o facto de Tom Kibble não ter sido igualmente contemplado. O próprio Higgs declarou na altura que Kibble era o terceiro “candidato óbvio” que o comité Nobel deveria ter recompensado, lembra a BBC News online.

“O trabalho no CERN começou realmente graças aos artigos seminais da autoria de Tom Kibble”, diz por seu lado Virdee.

Entretanto, Higgs revelou agora, numa entrevista à BBC Escócia, a razão pela qual ele não passará, tal como os seus dois colegas, a juntar a designação de sir ao seu nome. É que o cientista já recusou ser armado cavaleiro em 1999, quando Tony Blair era primeiro-ministro do Reino Unido, argumentando que não queria receber título nenhum.

Quanto a Virdee, ele foi, a partir dos anos 1990, o artesão do detector CMS (Compact Muon Solenoid). Instalado no Laboratório de Europeu de Física de Partículas (CERN), na fronteira franco-suíça – mais precisamente, no LHC, o maior acelerador de partículas do mundo –, o CMS foi uma das duas grandes máquinas que, em 2012, permitiram a detecção efectiva do bosão de Higgs, num trabalho que envolveu milhares de cientistas de todo o mundo. A outra máquina foi o detector ATLAS, também instalado no LHC.

Juntamente com outros colegas, Virdee concebeu o CMS, desenvolveu as tecnologias utilizadas por esse detector, supervisionou a sua construção. Foi também o porta-voz da experiência quando esta começou a recolher dados há alguns anos.

Uma outra “falha” apontada à escolha dos premiados pelo Nobel da Física de 2013 foi aliás o facto de o próprio CERN (onde cerca de seis mil pessoas participaram nas experiências CMS e ATLAS) não ter sido contemplado pelo galardão. “Milhares de cientistas e de engenheiros têm trabalhado no CMS e foram os seus árduos esforços na criação desta experiência que tornaram a descoberta possível”, salientou Virdee.