Boko Haram rapta mais 30 mulheres na Nigéria

Ataque ocorreu em Chibok, onde em Abril os islamistas raptaram 200 raparigas cujo paradeiro permanece desconhecido.

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Fragilizado pela violência, o Presidente Goodluck Jonathan tem em risco a sua reeleição em 2015 AFP/PIUS UTOMI EKPEI

Os habitantes que falaram à Reuters disseram que um homem, chamado Mohammed, lhes contou que militantes do Boko Haram apontaram armas às cabeças dos homens e andaram de tenda em tenda a recolher as mulheres. "Os raptores disseram-lhes para irem buscar as vacas", disse um agricultor de Chibok que se cruzou com os nómadas em fuga.

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Os habitantes que falaram à Reuters disseram que um homem, chamado Mohammed, lhes contou que militantes do Boko Haram apontaram armas às cabeças dos homens e andaram de tenda em tenda a recolher as mulheres. "Os raptores disseram-lhes para irem buscar as vacas", disse um agricultor de Chibok que se cruzou com os nómadas em fuga.

O rapto terá acontecido na quinta-feira da semana passada, mas a polícia e o exército não puderam confirmar esta notícia. O jornal The Daily Trust, citando altos funcionários cujos nomes não eram revelados, confirmou contudo que os acampamentos nómadas atacados são os de Bakin Kogi, Garkin Fulani e Rigar Hardo. E avança que os raptos continuaram perante a inércia das autoridades e uma anunciada grande ofensiva na região contra os islamistas e de procura das 200 raparigas desaparecidas.

O Presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, pediu ajuda internacional para resgatar as raparigas, mas os islamistas prosseguiram com os ataques — a rebelião começou em 2009 e o grupo, cuja tradução do nome quer dizer "a educação ocidental é proibida", pretende criar um estado islâmico no nordeste da Nigéria (onde foi decretado o estado de emergência). Especialistas franceses e americanos estão no terreno — em Maio, Jonathan esteve em Paris para discutir com o Presidente francês, François Hollande, o problema Boko Haram.

O Governo nigeriano diz que já tem uma ideia do paradeiro das raparigas, mas que qualquer tentativa para ir buscá-las poderá gerar um banho de sangue.

Fragilizado por esta violência — e pelas críticas à sua inacção —, Goodluck Jonathan vê tornar-se cada vez mais difícil a sua reeleição nas presidenciais de 2015. Um seu adversário político foi eleito emir de Kano (Norte). Trata-se de Sanusi Lamido Sanusi, um dos dignitários muçulmanos mais influentes do país.

Sanusi, antigo governador do Banco Central nigeriano afastado pelo Presidente, poderá tornar-se no principal adversário de Jonathan nas presidenciais.