Metro do Porto contraria queda de passageiros nos transportes públicos

Empresa viu a procura subir quase 3% em 2013, num ano em que o sector perdeu 34,2 milhões de validações, após uma queda global de 5,7%.

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Transdev e Alsa apresentaram as melhores propostas à subconcessão do Metro do Porto e da STCP. Fernando Veludo

De acordo com o relatório e contas da Metro do Porto, divulgado nesta quarta-feira após a aprovação em assembleia geral, a empresa transportou 55,9 milhões de passageiros em 2013, o que significou, em termos absolutos, um aumento de 1,4 milhões de validações face ao mesmo período do ano anterior. Trata-se de um resultado único no sector, visto que todas as restantes empresas voltaram a registar uma queda na procura.

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De acordo com o relatório e contas da Metro do Porto, divulgado nesta quarta-feira após a aprovação em assembleia geral, a empresa transportou 55,9 milhões de passageiros em 2013, o que significou, em termos absolutos, um aumento de 1,4 milhões de validações face ao mesmo período do ano anterior. Trata-se de um resultado único no sector, visto que todas as restantes empresas voltaram a registar uma queda na procura.

Em termos globais, a descida foi de 5,7% para um total de 564,5 milhões de validações verificadas no ano passado. Excluindo o aumento protagonizado pela Metro do Porto, a redução teria sido superior (de 6,5%), correspondendo à perda de 35,6 milhões de passageiros. De entre as empresas públicas de transportes, a queda mais expressiva coube à Metro de Lisboa, com um recuo de 12%, com base em dados do Instituto Nacional de Estatística, visto que a transportadora ainda não apresentou as contas de 2013. Em termos absolutos, o cenário repete-se, com esta empresa a apresentar menos 18,5 milhões de passageiros.

As contas divulgadas pela Metro do Porto também mostram uma melhoria significativa em termos de resultado líquido, já que o prejuízo da empresa passou de 491,4 milhões de euros, em 2012, para 47,6 milhões, no ano passado. No relatório, a transportadora explica que esta redução se deveu, em parte, ao cancelamento de 11 contratos swap no primeiro semestre de 2013.

A Metro do Porto foi uma das empresas públicas envolvidas nesta polémica, por ter subscrito derivados de cobertura de risco das taxas de juro considerados problemáticos, numa auditoria da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública. De acordo com o relatório da transportadora, a liquidação antecipada destes contratos, no âmbito de uma estratégia do Governo transversal a todo o sector do Estado, teve um impacto de 113,6 milhões de euros em 2013, que resultam da diferença entre o que pagou e as poupanças futuras, face às perdas potenciais que os swaps apresentavam.

No relatório, a empresa adianta ainda que os cupões que deixou de pagar ao Santander, o banco que está em litígio com o Estado por não ter chegado a acordo sobre o cancelamento antecipado de contratos, representam 15,3 milhões de euros. O pagamento deste valor foi suspenso, em Setembro do ano passado, por ordem do Ministério das Finanças, tal como aconteceu na Metro de Lisboa, Carris e STCP. Decorre neste momento um processo judicial em Londres, em que a instituição financeira reclama a validade dos derivados que vendeu. Os argumentos mereceram contestação do Estado ainda no final do ano passado.

Em termos operacionais, as receitas da Metro do Porto cresceram 3,5% para 38,4 milhões de euros, enquanto os custos caíram 0,7% para 42,9 milhões. Fruto da reestruturação no sector, a empresa continuou a emagrecer a já reduzida estrutura de pessoal, passando de 89 para 87 trabalhadores. Tal como o PÚBLICO noticiou recentemente, a transportadora já avançou com o programa de rescisões, em conjunto com a STCP, para cortar 300 postos de trabalho (a grande maioria na última empresa).

A operação da Metro do Porto, que já está subconcessionada a privados, deverá ser alvo de novo concurso em breve, dentro do processo de abertura a privados que também abrange a Metro de Lisboa, a Carris e a STCP. A intenção do Governo é lançar os procedimentos em Junho, estando neste momento a definir o modelo das concessões, acordadas com a troika.