Rastreio ao cancro do intestino é “enganador”

A proposta da DGS, apresentada no final de Março, de acordo com a Europacolon, apenas reintroduz uma medida que já existia e “não está a funcionar”. “Parece-nos redutor e enganador que se continue a deixar na dependência da boa vontade dos médicos dos cuidados de saúde primários o convite não organizado a que os doentes, que vão à consulta por outra razão, façam o rastreio”, explicou à agência Lusa, o presidente da Associação, Vítor Neves.

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A proposta da DGS, apresentada no final de Março, de acordo com a Europacolon, apenas reintroduz uma medida que já existia e “não está a funcionar”. “Parece-nos redutor e enganador que se continue a deixar na dependência da boa vontade dos médicos dos cuidados de saúde primários o convite não organizado a que os doentes, que vão à consulta por outra razão, façam o rastreio”, explicou à agência Lusa, o presidente da Associação, Vítor Neves.

Para Vítor Neves é um “acto agressivo e criminoso”, que em Portugal, ao contrário do que se faz em relação aos tumores da mama ou do colo do útero, não se faça um rastreio organizado de base populacional ao cancro do intestino, que tem “uma mortalidade avassaladora”. Anualmente surgem em Portugal oito mil novos casos e quatro mil pessoas morrem desta doença.

Os centros de saúde deveriam, de acordo com o presidente da Europacolon, convocar os utentes numa determinada faixa etária para realizarem, anualmente, o exame ao sangue oculto nas fezes. E, em caso do resultado ser positivo, os doentes deveriam fazer, imediatamente, uma colonoscopia.

O presidente da Associação, que junta doentes e médicos, garantiu que a criação desta despistagem da doença não vai pesar no Orçamento de Estado, uma vez que o exame ao sangue oculto nas fezes tem um valor “irrisório” e detectar precocemente os casos de cancro pode gerar “uma poupança de milhões” em tratamentos. “Isto não é um problema de dinheiro, é um problema de vontade política”, sublinhou Vítor Neves.