O espectáculo e o exemplo da NBA

A iniciativa NBA Cares tem o condão de aproximar os mais desfavorecidos dos seus ídolos beneméritos, que se aplicam para serem um exemplo para os mais novos

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Marcos Brindicci/ Reuters

Isto é claramente uma não-notícia e uma constatação cada vez mais óbvia: a NBA (National Basketball Association) é um fenómeno desportivo de popularidade mundial e, como tal, é apreciado e seguido de perto também em Portugal, ainda que haja um oceano a separar-nos e que as nossas realidades culturais e económicas sejam distintas das norte-americanas.

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Isto é claramente uma não-notícia e uma constatação cada vez mais óbvia: a NBA (National Basketball Association) é um fenómeno desportivo de popularidade mundial e, como tal, é apreciado e seguido de perto também em Portugal, ainda que haja um oceano a separar-nos e que as nossas realidades culturais e económicas sejam distintas das norte-americanas.

Para quem aprecia a modalidade, a NBA é rotulada como a melhor liga de basquetebol profissional do mundo, sendo uma das mais competitivas e espectaculares, onde jogam os mais talentosos basquetebolistas do planeta e na qual qualquer jogador – americano ou estrangeiro – sonha jogar. O mediatismo é, por isso, estratosférico e incomparável a outras ligas, mas é proporcional aos salários principescos que os atletas e treinadores auferem.

A receita para um negócio de muitos milhões e para uma visibilidade e reconhecimento global assenta também na história bem construída e amplamente partilhada da liga, das equipas e dos jogadores mais celebrados e icónicos. Nomes como Bill Russell, Larry Bird, Wilt Chamberlain, Kareem Abdul-Jabbar, Magic Johnson ou Michael Jordan são inesquecíveis. Mas os nomes do passado não ofuscam os talentos do presente. Kobe Bryant e LeBron James, por exemplo, também já têm lugar garantido na história do basquetebol. Muitos outros mereciam uma referência especial, claro.

No entanto, o estrelato não tolda estes atletas de egoísmo. É frequente vê-los a participarem em campanhas de beneficência, a darem a cara por projectos solidários, a fazerem trabalho comunitário, a lutarem por uma causa rodeados de jovens mais ou menos carenciados, ou a fazerem necessários donativos. A iniciativa NBA Cares tem o condão de aproximar os mais desfavorecidos dos seus ídolos beneméritos, que se aplicam para serem um exemplo para os mais novos, granjeando respeito e admiração.

Na NBA é possível assistir a variados momentos: de tremenda emoção e competitividade, como na decisão de jogos ou de campeonatos; de tensão, quando há lesões ou quezílias em campo; de união e descontracção, como acontece no fim-de-semana All-Star; de pura comédia em bloopers protagonizados pelos jogadores, convidando à gargalhada; ou mesmo momentos mais sérios e problemáticos, como o recente caso das declarações racistas de Donald Sterling, que deixará de ser proprietário dos Clippers depois de ter sido exemplarmente irradiado da NBA.

Quanto ao jogo em si, há algo de espectacular naqueles pavilhões. Principalmente agora, nos playoffs. Nunca me cansarei de assistir a partidas frenéticas, muitas vezes decididas a segundos do fim ou em prolongamentos. Afundanços poderosos, roubos de bola cirúrgicos, contra-ataques mortíferos, triplos decisivos, assistências por de trás das costas, ressaltos magistrais, lançamentos impossíveis à tabela, acesa disputa de bola… Toda aquela intensidade espelhada na expressão dos jogadores, dos treinadores, dos árbitros e do público. Por tudo isto, não posso estar mais de acordo com um dos lemas da NBA: “I love this game!”