Líderes do PS e do SPD alemão defendem políticas de emprego para reconquistar confiança dos cidadãos na Europa

António José Seguro e Sigmar Gabriel, vice-chanceler do Governo alemão, querem uma Europa mais social.

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António José Seguro reuniu-se com o líder do SPD AFP/JOHANNES EISELE

Sigmar Gabriel, número dois do executivo liderado por Angela Merkel, deixou várias mensagens críticas em relação à concepção económica e financeira atualmente dominante na Europa: "Entendemos que os Estados devem endividar-se menos, mas apenas através da austeridade não conseguiremos a recuperação. A confiança só se conseguirá se não forem sempre os mesmos os penalizados, os jovens, os trabalhadores e os reformados", disse.

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Sigmar Gabriel, número dois do executivo liderado por Angela Merkel, deixou várias mensagens críticas em relação à concepção económica e financeira atualmente dominante na Europa: "Entendemos que os Estados devem endividar-se menos, mas apenas através da austeridade não conseguiremos a recuperação. A confiança só se conseguirá se não forem sempre os mesmos os penalizados, os jovens, os trabalhadores e os reformados", disse.

O líder do SPD pegou no slogan usado pelo PS português em 1976, "A Europa connosco", para referir que esse mesmo slogan, agora, talvez seja encarado com alguma desconfiança por parte de muitos europeus. "A confiança dos mercados na Europa só terá efeito se a Europa conquistar a confiança dos seus cidadãos. Os cidadãos só terão confiança numa Europa social e com emprego", sustentou, já depois de ter preconizado uma concepção federal em relação ao futuro da União Europeia.

"A Europa ou terá uma voz ou não terá voz nenhuma no futuro", declarou o vice-chanceler germânico, numa declaração sem direito a perguntas por parte dos jornalistas e em que não se referiu à questão da mutualização da dívida na zona euro.

Já António José Seguro lembrou o apoio dado pelo SPD ao PS após a revolução de 25 de Abril de 1974 e, nesse sentido, agradeceu o contributo dos sociais-democratas alemães para a consolidação da democracia portuguesa.
Depois, o secretário-geral do PS referiu-se à situação presente da União Europeia e à acção que os sociais-democratas germânicos poderão ter no executivo de Angela Merkel. "Todos temos fundadas esperanças que a Alemanha possa ter um papel mais activo e uma preocupação com o emprego e com o crescimento económico, numa Europa mais política e mais social, através da presença do SPD no Governo alemão", disse António José Seguro.

Neste contexto, o líder dos socialistas portugueses considerou "fundamental" a cooperação bilateral entre Portugal e a Alemanha. "Estados iguais que se respeitam independentemente da sua dimensão pelo valor dos seus contributos e que se respeitam mesmo quanto têm opiniões diferentes. A Europa é baseada nesse ideal de solidariedade, de igualdade entre Estados - Estados que são capazes de pôr em comum respostas para problemas comuns", acrescentou Seguro.