Barclays vai reduzir actividade de trading na área das matérias-primas

Redução das margens de lucro e vigilância mais activa das autoridades na base da decisão.

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Barclays altera bases do negócio

O Barclays, que não comentou a notícia, vai juntar-se assim a alguns dos gigantes mundial da alta finança, como o Deutsche Bank, a UBS, o Morgan Stanley e o Royal Bank of Scotland, que recentemente reduziram a sua exposição do mercado das matérias-primas.

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O Barclays, que não comentou a notícia, vai juntar-se assim a alguns dos gigantes mundial da alta finança, como o Deutsche Bank, a UBS, o Morgan Stanley e o Royal Bank of Scotland, que recentemente reduziram a sua exposição do mercado das matérias-primas.

Na base da decisão, que o Financial Times garante que será divulgada esta terça-feira, está o facto de a actividade na área das mercadorias estar a gerar cada vez menores retornos e, em muitos casos, com níveis de rentabilidade que estão abaixo dos custos de capital exigidos. O facto de as entidades reguladoras de todo o mundo estarem a reforçar a monitarização deste mercado estará também entre os motivos que justificam o desinvestimento em commodities.

Segundo as contas da Coalition, uma consultora financeira que acompanha o mercado das matérias-primas, o negócio gerou retornos de 4,5 mil milhões de dólares no ano passado, cerca de um terço dos 14,1 mil milhões de dólares que tinha rendido em 2008 - antes da eclosão da crise financeira gerada pela falência do Lehman Brothers.

O desinvestimento na área das commodities terá como consequência o abate de centenas de postos de trabalho no departamento do Barclays responsável pelo negócio. E os activos tóxicos entretanto acumulados serão colocados num bad bank a criar pela instituição financeira londrina. Apenas a divisão ligada à comercialização de activos na área dos metais irá manter-se, mas já integrada na unidade cambial do grupo.

As apostas no ouro e no petróleo, que geraram fortes ganhos quando as suas cotações conheceram importantes oscilações, deixarão de ser uma prioridade para o Barclays. Também a área da energia deixará de ter a importância que teve noutros tempos, depois de, em Fevereiro, o banco ter sido multado pelas autoridades norte-americanas em 470 milhões de dólares por alegada manipulação de preços no mercado. O Barclays recorreu da penalização para os tribunais.

O plano de reorganização gizado pelo presidente Anthony Jenkins prevê, igualmente, que o banco funda numa única unidade as actividades de trading de acções e de títulos de dívida (obrigações). Nada convencional no sector bancário, esta mudança tem como objectivo é tornar a operação mais eficiente e reduzir custos, nomeadamente através da utilização de plataformas de negócios comuns.