Adolescente adoptada foi escravizada durante nove anos na Argentina

Actualmente com 15 anos, a menor foi encontrada subnutrida e com um atraso maturativo.

A história, agora descoberta, começou em 2001, quando a mãe biológica da vítima, e de outros sete filhos, que vivia numa situação de pobreza resolveu entregar, através de um tribunal civil, a guarda provisória da filha, na altura com dois anos, ao casal.

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A história, agora descoberta, começou em 2001, quando a mãe biológica da vítima, e de outros sete filhos, que vivia numa situação de pobreza resolveu entregar, através de um tribunal civil, a guarda provisória da filha, na altura com dois anos, ao casal.

Apesar de no início a família ter mantido o contacto com a criança, a partir de 2005, por razões que ainda são desconhecidas, não a procuraram mais. Recentemente, uma das irmãs da vítima fez 18 anos e decidiu procurá-la. Quando encontrou a casa onde suspeitava que a irmã vivia pediu ajuda à justiça argentina. A juíza María Gabriela Lanz ordenou que as autoridades entrassem na residência.

De acordo com a agência de notícias argentina DyN, as autoridades encontraram a adolescente, presa na garagem, subnutrida, com apenas 20 quilos. A polícia acredita que durante os nove anos em que viveu à guarda do casal saiu apenas duas vezes de casa.

O casal que tinha a guarda da criança, Daniel Gómez, de 43 anos, e Adriana Barros, de 56, ambos de nacionalidade argentina, encontra-se em prisão preventiva e são acusados dos crimes de “escravidão, servidão, lesões graves e privação ilegal de liberdade”.

Durante as buscas à residência, as autoridades argentinas encontraram ainda centenas de objectos de culto a São Morte, um culto pagão originado na Argentina, condenado pela Igreja Católica. Os devotos deste santo pedem, habitualmente, uma vida longa, embora admitam que, em troca, sejam levadas algumas das pessoas que lhes são mais próximas.