Primeiros autarcas "livres" de Viana reúnem-se 38 anos depois para comemorar o 25 de Abril

Mesa da primeira assembleia municipal de Viana, eleita em 1976, teve representantes de todas as forças partidárias.

Foto
Em Setembro de 2013, o PS venceu as eleições na freguesia com 897 votos Paulo Ricca/Arquivo

Segundo Manuel Rodrigues de Freitas, o primeiro presidente daquele órgão, eleito há 38 anos pelas listas do PSD, o encontro vai decorrer precisamente no dia 25 de Abril, num restaurante da cidade de Viana do Castelo.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Segundo Manuel Rodrigues de Freitas, o primeiro presidente daquele órgão, eleito há 38 anos pelas listas do PSD, o encontro vai decorrer precisamente no dia 25 de Abril, num restaurante da cidade de Viana do Castelo.

"Queremos lembrar velhos tempos e confraternizar, até porque este é um caso único na democracia em Portugal em que a primeira mesa da AM, liderada pelo PSD, o partido mais votado nas eleições, foi eleita por unanimidade. À revelia do meu partido, convidei um elemento de cada partido para fazer parte da mesa", explicou o antigo autarca, que integra a organização deste encontro. A comissão organizadora é composta por elementos de todos os partidos ou coligações e tem já confirmada a presença do vice-presidente da câmara eleito em 1976, Lucínio de Araújo. O executivo de então era presidido por António Cunha (PSD), já falecido.

"É uma maneira diferente e agradável de comemorar os 40 anos da democracia portuguesa, fazendo um almoço em que estejam todos representados. Não mete nada de política, porque nenhum membro activo da política actual está convidado para aparecer", disse Rodrigues de Freitas.

Os promotores do encontro pretendem ainda contar com a presença dos presidentes das juntas de freguesia do concelho e de todos os membros eleitos na altura, mesmo os que não tinham assento na AM.

"Na altura não havia senhas de presença. Os presidentes de junta tinham que vir à sua custa às reuniões. Eram feitas muitas vezes num restaurante, nos antigos paços do concelho, ou então na minha casa ou dos outros eleitos. As decisões eram tomadas por consenso. As discussões eram acaloradas, mas todos nos demos bem", acrescentou.

Apesar de ter sido eleita em finais de 1976, a mesa da AM tomou posse em Fevereiro do ano seguinte, empossada pelo governador civil à data, Alberto Oliveira e Silva. A primeira sessão ficou marcada pela eleição, por unanimidade, dos membros da mesa, onde ficaram representados todos os partidos políticos. Além do presidente Manuel Rodrigues de Freitas (PSD), o órgão municipal integrou Carlos Vaz Fernandes (FEPU/APU), Manuel Torres Gomes (PS) e Jorge Gonçalves da Cruz (CDS).

"Resultou em cheio, porque, apesar do radicalismo que se vivia na altura, ainda num período de grande efervescência política, foi das assembleias municipais em que melhor nos entendemos. A mesa era eclética e as decisões tomadas em conjunto. Guardo as melhores recordações de uma fase muito bonita da nossa vida democrática", rematou.