Os rublos do Chelsea valeram mais do que os rials do Paris Saint-Germain

Após a derrota, há uma semana, na capital francesa, por 1-3, os ingleses venceram por 2-0, em Stamford Bridge, e garantiram o apuramento para as meias-finais da Liga dos Campeões

Foto
Reuters

Mourinho nunca tinha recuperado de uma desvantagem de dois golos numa prova europeia, mas também nunca tinha sido afastado nos quartos-de-final. E a oitava nos “quartos” para o português, voltou a ter como destino final as “meias”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Mourinho nunca tinha recuperado de uma desvantagem de dois golos numa prova europeia, mas também nunca tinha sido afastado nos quartos-de-final. E a oitava nos “quartos” para o português, voltou a ter como destino final as “meias”.

Há seis dias, no Parque dos Príncipes, o golo de Pastore, já em período de compensação, deixava os jogadores do PSG muito perto de garantirem um simpático prémio de 450 mil euros, valor que Nasser al-Khelaifi, dono da equipa de Paris, atribuiria a cada atleta em caso de qualificação para as meias-finais. Mas o golo do argentino não foi o “game over” para Mourinho.

Embora a vitória no primeiro jogo, por 3-1, deixasse os gauleses como favoritos nas bolsas de apostas, Mourinho previu um desfecho da eliminatória de “4-3 ou 5-4” favorável aos blues. O vaticínio do happy one falhou, mas o golo de Eden Hazard em França chegou para fazer a diferença no 3-3 da eliminatória.

E o belga, decisivo pelo golo apontado em Paris, foi o primeiro protagonista em Stamford Bridge. Aos 18’, o extremo saiu lesionado e o que parecia ser um enorme problema para Mourinho resultou num golpe de sorte para o Chelsea. Para o lugar de Hazard, Mourinho lançou André Schürrle e o alemão foi o segundo protagonista da noite: aos 32’, após um desvio subtil de David Luiz, Schürrle colocou os ingleses na frente do marcador.

Até aí, o Chelsea tinha sido inofensivo e era o PSG que mandava. Mesmo sem Ibrahimovic, os parisienses controlavam a partida e era no lado inglês que as ausências de Ramires e Matic pareciam provocar mais estragos. Mas o golo de Schürrle virou o tabuleiro ao contrário. Até aí bastante perigosos, Cavani e Lavezzi perderam protagonismo e a bola começou a rondar com insistência a baliza de Sirigu. No final dos primeiros 45 minutos, o Chelsea ganhava 8-2 em remates.

E o início do segundo tempo confirmou o ascendente inglês. Mesmo sem conseguir criar grandes oportunidades em lances de bola corrida, a equipa de Mourinho mostrava-se perigosa nas bolas paradas e, em menos de 90 segundos, Schürrle e Oscar acertaram na barra da baliza.

A precisar de um golo para seguir em frente, Mourinho arriscou no minuto 66: Lampard cedeu o lugar a Demba Ba. Apesar de ter o senegalês e Eto’o no ataque, o Chelsea foi perdendo gás e os franceses estiveram perto do empate (Cavani quase marcou aos 77’). Mourinho respondeu lançando Fernando Torres, Blanc mostrou receio (Marquinhos no lugar de Lucas) e a audácia do treinador português foi recompensada: aos 87’, um remate de César Azpilicueta ressaltou em Jallet e Demba Ba desviou para o fundo da baliza. “Au revoir” PSG, a festa era de Mourinho.