Comissão de trabalhadores da RTP diz que redução de horários é contrassenso

Foto
Pedro Cunha/Arquivo

Esta nota propondo a redução de horário e da respectiva retribuição mostra que a empresa "não tem um rumo, não tem estratégia nem tem liderança", porque a administração vai lançando "medidas avulsas que não encaixam umas nas outras", defende o representante dos trabalhadores da RTP, Camilo Azevedo, acrescentando que a empresa está com falta de pessoas em vários sectores.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Esta nota propondo a redução de horário e da respectiva retribuição mostra que a empresa "não tem um rumo, não tem estratégia nem tem liderança", porque a administração vai lançando "medidas avulsas que não encaixam umas nas outras", defende o representante dos trabalhadores da RTP, Camilo Azevedo, acrescentando que a empresa está com falta de pessoas em vários sectores.

A direcção de recursos humanos da RTP enviou uma nota na sexta-feira passada convidando os funcionários que assim o desejem a reduzir o horário de trabalho diário ou a trabalhar menos sete horas consecutivas por semana, ficando sujeitos à respectiva redução salarial.

"O Orçamento do Estado em vigor prevê, como medida excepcional de estabilidade orçamental, que durante o ano de 2014, o tempo de trabalho semanal possa ser reduzido, por acordo, no mínimo equivalente a uma hora e 45 minutos por dia ou a sete horas consecutivas por semana", refere a circular, que adianta ser "entendimento da tutela que o referido regime é aplicável aos trabalhadores da RTP".

Por isso, "será analisada a possibilidade de aplicação de tal regime àqueles que manifestem interesse nesse sentido", acrescenta.

Apesar de admitir que a possibilidade decorre "do Orçamento de Estado", Camilo Azevedo considera-a "um mero formalismo" cuja aplicação na RTP representa "um contrassenso".

A RTP "está desfalcada de pessoas em muitos sectores", sublinhou, defendendo que, por isso, "há pessoas, sobretudo na parte técnica, que têm de fazer centenas de horas extraordinárias por ano". Actualmente, a RTP tem a decorrer um programa de rescisões por mútuo acordo que termina no final deste mês.