Vaticano aceita demissão de bispo alemão acusado de gastos milionários
Prelado de Limburgo gastou milhões de euros na renovação da residência episcopal.
As primeiras críticas de despesismo feitas ao prelado surgiram em 2012, quando a revista Der Spiegel avançou que Tebartz-van Elst tinha viajado em primeira classe para a Índia, onde foi apoiar programas de apoio a crianças carenciadas. O caso chegou a tribunal, onde o bispo negou a acusação, garantindo que viajou em executiva.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
As primeiras críticas de despesismo feitas ao prelado surgiram em 2012, quando a revista Der Spiegel avançou que Tebartz-van Elst tinha viajado em primeira classe para a Índia, onde foi apoiar programas de apoio a crianças carenciadas. O caso chegou a tribunal, onde o bispo negou a acusação, garantindo que viajou em executiva.
A revista revelava ainda que o bispo tinha feito uma renovação “multimilionária” à residência episcopal, quando em Limburgo "não há dinheiro suficiente para a manutenção das igrejas". Por exemplo, foram usados dois milhões de euros na construção de uma capela privada na residência. Mais uma vez, Tebartz-van Elst negou responsabilidades, atribuindo ao seu antecessor a decisão das obras realizadas.
O Vaticano ordenou que o bispo suspendesse as suas funções há cinco meses, enquanto decorria uma investigação e uma auditoria aos gastos atribuídos a Tebartz-van Elst. Esta quarta-feira, a Santa Sé anuncia que o inquérito realizado pela Conferência Episcopal alemã terminou e que foi nomeado o monsenhor Manfred Grothe para ocupar o cargo do bispo demissionário, por agora, indica a Reuters.
Para já, não se sabe se será encontrada outra posição para o bispo alemão ou quando acontecerá.
Aos fiéis de Limburgo, o Papa Francisco pede que recebam a decisão com “docilidade” e que trabalhem no sentido de restaurar um “ambiente de caridade e reconciliação”.
Francisco tem assumido uma posição firme contra o luxo na Igreja Católica. Cerca de um mês depois de ter sido eleito Papa, afirmou num encontro com jornalistas que “queria tanto ter uma Igreja pobre e para os pobres”. “A Igreja, mesmo sendo uma instituição histórica, não tem uma natureza política, é essencialmente espiritual: é o povo de Deus”, reforçou.
“Quando o poder, o luxo e o dinheiro se tornam ídolos, acabam por se sobrepor à exigência duma distribuição equitativa das riquezas”, disse já este ano, na mensagem para a Quaresma, que teve início no passado dia 5.