Não sejamos assim

É muito português este tipo de negociação: Fulano propõe o negócio A; Sicrano propõe o negócio B. Fulano tenta convencer Sicrano que o negócio A é melhor do que o B. Sicrano reage contrapondo que não, que, na verdade, já que se está a falar sem papas na língua, o negócio B é muito melhor.

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É muito português este tipo de negociação: Fulano propõe o negócio A; Sicrano propõe o negócio B. Fulano tenta convencer Sicrano que o negócio A é melhor do que o B. Sicrano reage contrapondo que não, que, na verdade, já que se está a falar sem papas na língua, o negócio B é muito melhor.

Em altura alguma se propõe um negócio com elementos de A e outros de B. Nunca se contempla um eventual negócio C. À medida que Fulano e Sicrano vão teimando, vão detestando cada vez mais as propostas um do outro.

Até que Fulano diz que o negócio A é o único possível porque o B, francamente, não presta. Sicrano diz, com ainda maior convicção, que é ao contrário.

Por que é que a APEL insiste, por exemplo, num protocolo plurianual? Por que não faz a feira, na Avenida dos Aliados, entre 26 de Junho e 13 de Julho deste ano, para ver como resulta? Se corresse bem, faria sentido repeti-la. Se não corresse bem, talvez a APEL pudesse experimentar a proposta da câmara, no Palácio de Cristal, entre 5 e 21 de Setembro.

É evidente haver boa vontade de ambas as partes. É  pena não continuarem a falar. Rui Moreira não aproveitou a falta de acordo para cancelar a Feira do Livro: prometeu avançar com outra.

Negoceiem-nos lá isso, meus senhores!