Pai todos os dias

Ser pai nunca terá sido fácil. No entanto, hoje os pais têm um papel mais visível e mais participativo. É inegável que ser pai, hoje em dia, é diferente do que era há uns anos

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Tawel/Flickr

Os pais modernizaram-se. Já trocam fraldas, já preparam biberões, já dão banhos, já sabem o que são viroses e até já vão às reuniões de pais na escola (que mais se deveriam chamar reuniões de mães, pois na maioria das vezes eram estas que estavam presentes). Há até os pais que escrevem manuais para os homens na mesma condição, orientando, sempre com algum humor, aqueles que participam activamente na grande aventura do crescimento e educação dos filhos.

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Os pais modernizaram-se. Já trocam fraldas, já preparam biberões, já dão banhos, já sabem o que são viroses e até já vão às reuniões de pais na escola (que mais se deveriam chamar reuniões de mães, pois na maioria das vezes eram estas que estavam presentes). Há até os pais que escrevem manuais para os homens na mesma condição, orientando, sempre com algum humor, aqueles que participam activamente na grande aventura do crescimento e educação dos filhos.

Ser pai nunca terá sido fácil. No entanto, hoje os pais têm um papel mais visível e mais participativo. É inegável que ser pai, hoje em dia, é diferente do que era há uns anos. Sem perder de vista as mudanças económicas, sociais e até culturais, a verdade é que actualmente a sociedade exige mais, os filhos exigem mais, as mulheres (sim, sempre elas), exigem mais e os próprios homens reivindicam, para si mesmos, uma igualdade na participação da vida dos filhos. Como resultado, o protagonismo materno na educação das crianças tende a ser atenuado pela entrada em cena de um novo protagonista: o pai. A missão parental é, cada vez mais, partilhada, o que traz consigo vários benefícios, registados, aliás, pela pediatria e pela psicologia.

Apesar de toda esta evolução, há coisas que parecem inalteráveis e uma delas é que ser pai é diferente de ser mãe. O pai é quem ensina a andar de bicicleta. É quem ensina a nadar. É quem sabe o nome da estrela que brilha mais na noite escura. É quem vai brincar no parque nos primeiros dias de calor. É quem explica como se muda uma lâmpada. É quem ajuda a montar o puzzle com centenas de peças. É quem deixa fazer experiências e construções no meio da sala. É quem ajuda a contar à mãe que a bola partiu o vaso do quarto. É quem afasta monstros e papões à noite. É quem faz aquele grande curativo no joelho. É quem arranja o brinquedo que se estragou.

Ser pai é muito mais do que isto. Além disso, há mães espantosas, que têm que ser pais e mães ao mesmo tempo. Mas isto de ser pai é a especialidade de homens fantásticos que tenho o privilégio de conhecer: alguns meus amigos, o pai da minha filha e, claro, o meu pai, aquele que é o melhor do mundo.

Há ainda dois segredos sobre os pais que vou desvendar. Um destes segredos é que o pai nunca envelhece. Por mais anos que passem, e por mais que a idade faça das suas, quem os filhos vêem é o homem grande e corajoso que os punha às cavalitas para lhes mostrar o mundo. O outro segredo é que o pai nunca morre. Se muito do que os filhos são é o pai quem lhes transmite, o pai nunca morre. O pai fica para sempre: no sorriso, nos gestos, nas palavras, nas atitudes, no caminho que se escolhe.