Ovar não espera mais pelo Governo e avança com obras urgentes no Furadouro

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adriano miranda

Segundo o presidente da câmara, Salvador Malheiro, a intervenção tem o aval da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, com quem a autarquia estava ainda em negociações para financiamento das obras.

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Segundo o presidente da câmara, Salvador Malheiro, a intervenção tem o aval da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, com quem a autarquia estava ainda em negociações para financiamento das obras.

"Apesar de ainda não termos assinado o contrato, não podemos esperar mais", disse Salvador Malheiro, adiantando que, face às previsões de forte agitação marítima, é mesmo necessário agir, caso contrário “a maré de logo à tarde acaba com o que sobra quando o mar, em vez de bater nas pedras, começar a bater mesmo na marginal".

A zona afectada já estava interdita ao público e a respectiva defesa evidenciava "três rombos grandes", mas a Protecção Civil apercebeu-se no domingo de que esses cresceram significativamente e chegaram à avenida.

"Houve uma parte do piso que caiu e o resto está oco", explica o presidente da Câmara.

A autarquia avançou, por isso, com a requisição urgente de pedra, iniciando esta manhã a sua colocação no local, para substituição das defesas frontais aderentes e "para evitar que haja mais derrocadas como a que aconteceu domingo".

Só nessa zona do Furadouro, cerca de uma centena de metros a sul do extremo da Avenida Central, a intervenção deverá custar cerca de 500 mil euros.

"Só aqui vamos gastar cerca de um terço do milhão e meio de euros que estão previstos para as obras de socorro no concelho", afirmou Salvador Malheiro, fazendo notar que essa empreitada se destina a recuperar apenas os estragos mais recentes e não está incluída no pacote de três milhões de euros que o Governo prometeu em Janeiro especificamente para Ovar.

"O ministério anunciou 18 milhões para todo o litoral, sobretudo nas zonas mais afectadas, e esse investimento será concretizado através de uma candidatura a fazer até 17 de Março", disse, "mas tendo em conta o que se está a passar no Furadouro, e também em Cortegaça, Maceda e Esmoriz, o próprio Governo reconhece que temos que avançar já com estas obras de socorro e é a sul do Furadouro que elas são mais urgentes".

Entretanto, todos os mecanismos locais da Protecção Civil estão activados para defesa de pessoas e bens.

"A marginal continua interdita e agora é esperar que a maré não seja muito alta, para ver se o mar não deixa aquilo pior do que já está", conclui Salvador Malheiro.