Tribunal de Ansião julga roubo encomendado a casa de empresário

Os assaltantes levaram todo o dinheiro e objectos de ourivesaria que encontraram num valor global superior a 18 mil euros.

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Os factos remontam a Junho do ano passado, quando dois homens, de 36 e 23 anos de idade, residentes na Cova da Piedade (Almada) e Corroios (Seixal), “a pedido e em concluio” de um homem de 55 anos, residente em Pombal, se introduziram na habitação de um empresário, no concelho de Ansião, com a “intenção de, pelo uso da força, da violência e de armas de fogo”, obrigarem a sua esposa, “a entregar-lhes tudo quanto possuísse de valor”, refere a acusação do Ministério Público (MP).

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Os factos remontam a Junho do ano passado, quando dois homens, de 36 e 23 anos de idade, residentes na Cova da Piedade (Almada) e Corroios (Seixal), “a pedido e em concluio” de um homem de 55 anos, residente em Pombal, se introduziram na habitação de um empresário, no concelho de Ansião, com a “intenção de, pelo uso da força, da violência e de armas de fogo”, obrigarem a sua esposa, “a entregar-lhes tudo quanto possuísse de valor”, refere a acusação do Ministério Público (MP).

Segundo o documento, a que o PÚBLICO teve acesso, a mulher que estava sozinha em casa, foi manietada e empurrada até ao quarto onde lhe amarraram os braços atrás das costas e lhe colocaram um pano na boca “enquanto lhe exigiam que esta indicasse onde guardava os bens, como efectivamente o fez, sempre com ameaça das armas”.

Os assaltantes acabaram por levar com eles “todo o dinheiro e objectos de ourivesaria” num valor global superior a 18 mil euros.

Os indivíduos puseram-se, depois em fuga num veículo que viria a ser avistado pela GNR junto ao acesso à autoestrada do Norte (A1), em Pombal. No momento, um dos indivíduos “saiu com um saco na mão que atirou para o interior da mata ali existente” mas acabando por ser detido.

Por sua vez, quando os militares da GNR abordaram o condutor do veículo, este “efectuou uma rápida inversão de marcha, conduzindo o veículo na direcção dos guardas e colocou-se em fuga” apesar de os militares “ainda terem efectuado alguns disparos contra o veículo no sentido de o imobilizar”, refere a acusação.

Mais à frente, o indivíduo despistou-se e abandonou o automóvel, no interior do qual foi encontrada uma carteira com os seus documentos e vários artigos resultantes do roubo.

Naquele momento acabaria por aparecer o mandante do roubo que o auxiliou transportando-o no seu automóvel até à Amadora, “pondo-o assim a salvo da GNR”.

“Na tentativa de despistar quaisquer suspeitas” que pudesse recair sobre a sua pessoa procurou “iludir as autoridades e apresentou queixa-crime pela prática do crime de sequestro” denunciando às autoridades que “foi coagido, sob a ameaça de uma arma de fogo” pelo arguido a levá-lo à Amadora.

Segundo o MP, os arguidos “agiram de forma livre, voluntária e consciente, em comunhão de esforços e de intentos, na execução de um plano que previamente gizaram e com o propósito concretizado de se introduzirem na residência” do casal “através da força, do uso de armas e de violência e colocando-a numa situação em que lhe era impossível resistir, se apropriarem dos objectos e valores das vítimas”.

Os três arguidos são acusados pela prática, em co-autoria, de um crime de roubo agravado e um crime de sequestro. O indivíduo de 36 anos de idade - que está em prisão preventiva - é acusado, ainda, de um crime de detenção de arma proibida, enquanto o mandante  - obrigado a apresentações periódicas às autoridades - é acusado, também, de um crime de simulação de crime. O terceiro arguido, natural de Cabo Verde, encontra-se em parte incerta tendo sido emitido mandado de detenção.

O julgamento, a cargo de um Tribunal Colectivo, está agendado para o dia 1 de Abril.