Empresários defendem programa cautelar

Os resultados do inquérito Kaizen 2014 mostram que os empresários portugueses acreditam que o país está em condições de voltar aos mercados.

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Enric Vives-Rubio

À pergunta “A passagem de Portugal por um programa cautelar é?”, 77% dos inquiridos no barómetro sobre a evolução económica de Portugal respondeu: “Positivo para o país”. Só 11% dos inquiridos respondeu “negativo para o país”, enquanto 12% consideram-no desnecessário.

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À pergunta “A passagem de Portugal por um programa cautelar é?”, 77% dos inquiridos no barómetro sobre a evolução económica de Portugal respondeu: “Positivo para o país”. Só 11% dos inquiridos respondeu “negativo para o país”, enquanto 12% consideram-no desnecessário.

O barómetro realizado anualmente pelo Kaizen Institute, uma multinacional de serviços de consultoria e formação para o tecido empresarial, conclui que cerca de dois terços dos empresários acredita que Portugal está preparado para regressar aos mercados este ano e que 70% está convicto que a situação económica será melhor que em 2013. Apenas 20% dos empresários considera que as condições vão manter-se idênticas e outros 5% considera que vão piorar.

O inquérito desenvolvido entre 10 e 19 de Fevereiro contou com a participação de empresários e gestores de diversos sectores de actividade, como Mira Amaral, do Banco BIC; José Luís Simões, da Luís Simões; Sérgio Marques, da Parfois; José Alexandre Oliveira, da Riopele; Renato Homem, da Salsa Jeans, Jorge Pinto, da Caetano Bus, ou Augusto Azevedo, da Cerealis, entre outros.

A maioria dos empresários (61%) defende que a reindustrialização do país deve ser “a grande aposta económica” para 2014 e outros 16% destacam a economia do mar. O turismo recolhe a preferência de 13% e a agricultura, de 8%. A aposta no sector energético não é vista como prioritária – a hipótese “energias renováveis” não recebeu qualquer resposta e a energia hídrica, apenas 1%.

Já no topo da lista das que devem ser as prioridades da diplomacia económica, os empresários apontam Angola (49%), Brasil (46%) e Magrebe (37%). A Venezuela, com quem o Governo anunciou recentemente a assinatura de memorandos de entendimento e contratos no valor de 1600 milhões de euros, só recolhe 4% das respostas.

Questionados sobre a exposição das suas organizações ao mercado nacional em 2014, metade dos inquiridos (52%) respondeu que será igual à de 2013 e 25% considera que será menor. Outros 22% estão convictos de que será maior.

Segundo o barómetro, este ano as empresas estarão concentradas em aumentar a rentabilidade (78%), entrar em novos mercados (78%), investir em inovação (73%), reduzir a despesa (72%) e o desperdício (68%). Cerca de metade (48%) irá apostar na formação de equipas, 39% tenciona reduzir o endividamento e 38% irá colocar o foco no controlo de qualidade.