O culto do chá

O Japão é um exemplo. Wenceslaus de Moraes é o nosso exemplar aprendiz.

Tanto o meu avô como o meu pai não ligavam muito às primeiras edições. Também eu faço como eles: caço-as por preços baixos e vendo-as por bom preço (nas livrarias de Cecil Court, em Londres) para comprar uma grande quantidade de livros novos ou esgotados, em segundas ou enésimas edições.

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Tanto o meu avô como o meu pai não ligavam muito às primeiras edições. Também eu faço como eles: caço-as por preços baixos e vendo-as por bom preço (nas livrarias de Cecil Court, em Londres) para comprar uma grande quantidade de livros novos ou esgotados, em segundas ou enésimas edições.

O Culto do Chá era uma excepção. A primeira edição, impressa no Japão, é quase tão bonita como as ilustrações de Yoshiaki e como a prosa de Wenceslau de Moraes. As ilustrações eram estampas coladas e as páginas eram atadas com cordões de seda.

Era um prazer manuseá-lo e lê-lo, vez após vez. Era preciso muito cuidado com as mãos e muita atenção com os olhos. O formato pedia ambas.

Hoje, em Fevereiro de 2014, os portugueses estão mais perto (embora ainda muito longe) das muitas variedades do chá japonês do que em 1905. Mesmo assim, sugiro uma visita séria ao site da Mariage Frères, onde há uma selecção decente dos chás japoneses, gloriosamente melhores do que no tempo de Wenceslau de Moraes.

Moraes era um japonês genial que nasceu português. Foi o primeiro português a descobrir a irmandade – formal, reservada mas sinceramente infantil – entre os nossos dois povos.

O Japão é um exemplo. Wenceslau de Moraes é o nosso exemplar aprendiz.