Este enfermeiro criou uma app para comunicar com doentes

AssIsT’U é a primeira aplicação móvel para doentes dos cuidados intensivos. O objectivo é “facilitar a comunicação entre os doentes e os profissionais de saúde”

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Renato Cruz Santos

"Não dói", "dói ligeiramente", "dói ainda mais", "dói imenso". A partir de agora será mais fácil ao profissional de saúde perceber as queixas dos seus pacientes. Através de um layout simples e "elegante", um português e um britânico desenvolveram uma aplicação que melhora a comunicação com os pacientes na Unidade de Cuidados Intensivos e durante a sua reabilitação.

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"Não dói", "dói ligeiramente", "dói ainda mais", "dói imenso". A partir de agora será mais fácil ao profissional de saúde perceber as queixas dos seus pacientes. Através de um layout simples e "elegante", um português e um britânico desenvolveram uma aplicação que melhora a comunicação com os pacientes na Unidade de Cuidados Intensivos e durante a sua reabilitação.

Nuno Pinto, um enfermeiro português, vê agora a sua ideia posta em prática. Quase três anos depois, a aplicação “assIsT’U” já está em funcionamento num hospital britânico. A aplicação pensada pelo enfermeiro — juntamente com o médico britânico Paul Hayden — ganhou o prémio “Nursing Standard Highly Commended Award for Innovation in Emergency and Critical Care 2012” e contou com o apoio económico do governo britânico.

“Doentes entubados e sedados é o que mais vemos na unidade de cuidados intensivos, o que torna quase impossível a nossa comunicação com os pacientes” conta Nuno Pinto ao P3. A aplicação surge como forma de tentar colmatar esse problema de comunicação.

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Screenshot da aplicação para iPad DR

Até ao aparecimento do “assIsT’U” a forma de comunicar com os doentes era “com papel e caneta, ler os lábios e uma capa com mais de 100 páginas com símbolos”. “Perdíamos muito tempo a tentar perceber o que o doente nos queria dizer, era muito complicado”, afirma.

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Screenshot da aplicação para iPad DR

Vídeos com uma atleta olímpica

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A app já está em funcionamento Renato Cruz Santos

A aplicação está dividida em três partes “fundamentais para os doentes”: a Comunicação (onde se procura simplificar a interacção entre médico e paciente através de um grafismo simplificado), a Reabilitação (com vídeos protagonizados por uma atleta olímpica) e o Diário (secção onde é registado todo o processo de evolução, inclusive, por exemplo, o registo de visitas). “A secção da Comunicação era a nossa ideia inicial, mas decidimos acrescentar mais secções e tornar a aplicação ainda mais interessante”, disse.

Com esta “app” é possível perceber onde o doente tem dor e qual a sua intensidade. “A dor é um dos sintomas mais importantes na unidade de cuidados intensivos”, confessa Nuno.

Na secção da “Reabilitação” a “presença do fisioterapeuta pode ser substituída pelo acompanhamento de um enfermeiro ou de um médico”, uma vez que nela constam vídeos com exercícios que o paciente deve fazer e a forma como os deve fazer.

No final, o paciente pode ainda classificar apenas com um “toque no ecrã do Ipad” o grau de dificuldade na realização dos exercícios. “Toda esta informação é adicionada ao 'Diário' para que o fisioterapeuta possa programar os exercícios seguintes” explica.

“O Diário é uma parte fundamental, nele guardamos toda a informação do paciente e ainda existe a possibilidade de, se o doente quiser, quando tiver alta, ter acesso ao seu diário na integra, que por e-mail ou impresso” explica.

Neste momento, a aplicação está disponível apenas na versão em inglês e para Ipad. Contudo, Nuno tem como prioridade tentar conseguir uma versão em português. “ Afinal, Portugal é o meu país.”