Portugueses são os que mais temem consequências dos limites às comissões sobre os cartões

Proposta da Comissão Europeia para impor tectos máximos às taxas cobradas aos comerciantes é votada no Parlamento Europeu na próxima semana.

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Clientes menos protegidos nos pagamentos à distância Nelson Garrido

Entre os 13 países analisados, 65% dos consumidores antecipam dificuldades, enquanto 17% defendem que, pelo contrário, haverá impactos positivos.

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Entre os 13 países analisados, 65% dos consumidores antecipam dificuldades, enquanto 17% defendem que, pelo contrário, haverá impactos positivos.

Cerca de 80% dos portugueses acreditam que com as alterações propostas pela Comissão Europeia o comércio não vai partilhar as poupanças que conseguir obter graças à redução das taxas. No geral, 82% dos inquiridos dizem que esta nova regulamentação irá, antes, aumentar os lucros do próprio retalho, em vez de reduzir os preços dos produtos.

Outro dos pontos em análise prende-se com a possibilidade de os comerciantes poderem decidir que cartões específicos podem ou não aceitar. Oito em cada dez consumidores em Portugal (77% na Europa) sentem que esta medida tornaria mais difícil a utilização destes cartões.

Ainda esta semana um grupo de associações de defesa do consumidor de Portugal, Espanha, Reino Unido e Itália entregou em Bruxelas um manifesto apelando à protecção dos utilizadores. Temem que a imposição de limites máximos nas taxas interbancárias cobradas aos comerciantes agrave, por sua vez, as comissões bancárias pagas pelos consumidores ou que se passem a pagar pelos levantamentos e pagamentos efectuados através das caixas automáticas.

Para aceitarem pagamentos com cartões, os comerciantes contratam o serviço a empresas especializadas (denominadas adquirentes), a quem pagam uma taxa de serviço. Por seu turno, as adquirentes pagam ao banco que emite os cartões a chamada interchange fee, uma comissão que garante e executa o pagamento.

A redução das taxas é há muito reclamada pelo sector do comércio, hotelaria e restauração. Do lado oposto estão a banca e empresas como a Visa ou a Mastercard.