Estrada da Revolução

O rasto, convulso e com sabor a sangue, da “Primavera Árabe”, tal como seguido por um grupo de jornalistas portugueses através de vários países do Norte de África e do Médio Oriente. A perspectiva é pertinente: se, como tantas coisas hoje, a história desta “Primavera” foi sobretudo contada pelos “media” ocidentais, e tanto teve de uma “construção” assente em slogans e lugares-comuns mais ou menos abstractos (“liberdade”, “democracia”, etc), trata-se aqui de furar essa cortina, esse “ecrã”, e ir aos sítios, ver as pessoas, ouvi-las, observar a “Primavera Árabe” nos seus movimentos contraditórios e frequentemente trágicos. Sem ser um objecto extraordinariamente conseguido, Estrada da Revolução tem uma razão de ser que não se perde: a “urgência”, o olhar a quente, e nisso não dá mau nome a uma hipótese de “cinema jornalístico” que até é uma tradição praticamente inexistente em Portugal. Não evita uma contiguidade, eventualmente excessiva, com o território da reportagem televisiva, mas tem a noção sóbria do valor e da força de um documento, mesmo se o documento for apenas um rosto, um testemunho, um silêncio. Qualidades que, quanto mais não seja, justificam a sua vontade de “ser um filme”, que fará sentido ver numa sala de cinema.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O rasto, convulso e com sabor a sangue, da “Primavera Árabe”, tal como seguido por um grupo de jornalistas portugueses através de vários países do Norte de África e do Médio Oriente. A perspectiva é pertinente: se, como tantas coisas hoje, a história desta “Primavera” foi sobretudo contada pelos “media” ocidentais, e tanto teve de uma “construção” assente em slogans e lugares-comuns mais ou menos abstractos (“liberdade”, “democracia”, etc), trata-se aqui de furar essa cortina, esse “ecrã”, e ir aos sítios, ver as pessoas, ouvi-las, observar a “Primavera Árabe” nos seus movimentos contraditórios e frequentemente trágicos. Sem ser um objecto extraordinariamente conseguido, Estrada da Revolução tem uma razão de ser que não se perde: a “urgência”, o olhar a quente, e nisso não dá mau nome a uma hipótese de “cinema jornalístico” que até é uma tradição praticamente inexistente em Portugal. Não evita uma contiguidade, eventualmente excessiva, com o território da reportagem televisiva, mas tem a noção sóbria do valor e da força de um documento, mesmo se o documento for apenas um rosto, um testemunho, um silêncio. Qualidades que, quanto mais não seja, justificam a sua vontade de “ser um filme”, que fará sentido ver numa sala de cinema.