Prédio ruiu parcialmente e obrigou ao corte da Rua de Miguel Bombarda

Queda da fachada lateral de edifício devoluto não causou feridos. Trabalhos de demolição controlada vão prolongar-se pela noite dentro.

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Prevê-se uma noite inteira de trabalho para os serviços da autarquia, que irão proceder a demolições controladas de todas as estruturas que possam representar risco para as pessoas. Um trabalho que será feito com a retirada "peça a peça" das estruturas do edifício, garantiu o vereador da Protecção Civil, Sampaio Pimentel. Só com o avançar dos trabalhos é que se irá perceber se será possível salvar parte do edifício (nomeadamente a fachada) e também se estão garantidas as condições de segurança para que a unidade de saúde possa reabrir.

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Prevê-se uma noite inteira de trabalho para os serviços da autarquia, que irão proceder a demolições controladas de todas as estruturas que possam representar risco para as pessoas. Um trabalho que será feito com a retirada "peça a peça" das estruturas do edifício, garantiu o vereador da Protecção Civil, Sampaio Pimentel. Só com o avançar dos trabalhos é que se irá perceber se será possível salvar parte do edifício (nomeadamente a fachada) e também se estão garantidas as condições de segurança para que a unidade de saúde possa reabrir.

Os serviços municipais de Protecção Civil foram alertados para a queda de “peças de estrutura” do número 248 pelas 13h05, revelou, no local, o comandante Rebelo de Carvalho. “Procedemos à criação do perímetro de segurança e, como medida de precaução, o centro de saúde foi encerrado até se mitigar os riscos potenciais”, explicou o responsável municipal pela Protecção Civil. A fachada lateral tombou para o terreno vazio que já esteve ocupado por um prédio que também ruiu e onde, segundo um morador, se procedeu "a trabalho de limpeza, com maquinaria, há cerca de quinze dias".

Pelas 17h, os serviços já tinham feito uma “inspecção visual” ao local e aguardavam a chegada do equipamento necessário para proceder ao início dos trabalhos de demolição controlada, já comunicados ao proprietário do edifício. O prédio perdeu toda a fachada lateral, do lado oposto ao do centro de saúde, e as suas entranhas, com os restos de papel de parede florido, e as escadas de madeira pintadas de negro, amarelo e verde, eram visíveis a qualquer pessoa que passasse na rua.

Rebelo de Carvalho não quis adiantar qualquer razão para a derrocada do edifício devoluto, que aguarda um licenciamento camarário para entrar em obras, mas não excluiu qualquer possibilidade – o mau tempo que se tem feito sentir ou alguma consequência ainda da derrocada que a 30 de Agosto de 2010 destruiu os dois prédios contíguos ao que agora desapareceu parcialmente.

A estranheza de derrocadas que se sucedem, em prédios contíguos, não escapou a António Mendes, de 88 anos, e morador num prédio que, a protegeê-lo do buraco aberto pelas derrocadas, só tem o centro de saúde. “Isto tem sido como um baralho de cartas, como um dominó, um a seguir ao outro”, disse aos jornalistas, depois de se abeirar de Rebelo de Carvalho para lhe perguntar se era seguro ir para casa.

O comandante garantiu-lhe que sim e que seria avisado, caso as condições se alterassem. Rebelo de Carvalho afirmou ainda que os serviços iriam “fazer tudo para que o centro de saúde reabra amanhã”, mas salvaguardou que era “prematuro” fazer qualquer promessa nesse sentido. “Vamos fazer uma avaliação do estado do centro de saúde, vai-se monitorizando, para que não haja qualquer perigo. A reabertura dependerá do estado das paredes que ainda estão de pé”, disse. 

Ao PÚBLICO, o vereador da Protecção Civil afirmou que a fachada do prédio alvo de derrocada está "aparentemente de boa saúde", mas que só o trabalho das próximas horas ditará o que será possível salvar. "Faremos uma avaliação do estado do edifício, vamos impermeabilizar a parede do centro de saúde e se da avaliação resultar que a parede meeira não interfere com o centro de saúde, levantamos a interdição", disse.