Os salmões têm um sentido inato da orientação baseado no campo magnético da Terra

Ao que tudo indica, para conseguir viajar do rio onde nasceram até ao oceano onde vão crescer e de lá voltar, os salmões usam uma espécie de “mapa magnético” que é herdado de geração em geração.

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Este jovem salmão possui um sentido magnético inato da orientação Cortesia de Tom Quinn e Richard Bell

Os salmões nascem nos rios e, a dada altura, migram para o mar, onde podem passar vários anos. Quando atingem a maturidade, regressam às suas origens fluviais, onde desovam e morrem.

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Os salmões nascem nos rios e, a dada altura, migram para o mar, onde podem passar vários anos. Quando atingem a maturidade, regressam às suas origens fluviais, onde desovam e morrem.

Nathan Putman, da Universidade Estadual do Oregon (EUA), e colegas já tinham descoberto indícios, no ano passado, de que existe uma correlação entre os padrões migratórios dos salmões e o campo magnético terrestre, o que permitiria explicar como fazem este peixes para percorrer milhares de quilómetros localizando as zonas do oceano para onde devem viajar e regressando mais tarde ao seu rio natal. Os novos resultados de experiências realizadas pela mesma equipa confirmam esta descoberta.

Os cientistas expuseram, num local de criação, centenas de jovens salmões a campos magnéticos artificialmente gerados, cuja intensidade e orientação conseguiam controlar. E mostraram que os peixes nadavam na direcção que lhes permitiria atingir os locais no oceano onde deviam alimentar-se, explica um comunicado daquela universidade.

“O que é particularmente entusiasmante aqui é que os peixes que testámos nunca tinham saído do sítio onde foram criados e portanto sabemos que as suas respostas não eram fruto de uma aprendizagem ou derivadas da experiência, mas hereditárias”, diz Putman. “Essencialmente, os peixes agem como se tivessem um mapa baseado no campo magnético.” E quando sentem um campo magnético que lhes indica que estão demasiado a sul ou a norte dos limites do seu território oceânico habitual, explica ainda, mudam de direcção para rectificar voltar para trás. “Estes peixes já estão programados para saber o que têm de fazer antes mesmo de ter atingido o oceano.”

Ainda mais surpreendente, diz Putman, é que os salmões foram expostos aos campos magnéticos durante apenas oito minutos – e que esses campos articiciais nem sequer eram suficientemente intensos para fazer mexer uma bússola. Por isso, o cientista pensa que devem ser mesmo muito sensíveis ao campo magnético terrestre, que também é relativamente fraco. Contudo, os cientistas acreditam que esta não é a sua única e exclusiva ferramenta de navegação dos salmões.