Ucranianos manifestam-se frente à embaixada da Rússia em Lisboa

Protesto juntou meia centena de ucranianos em apoio ao movimento de contestação no país.

"Hoje, Vladimir Putin, presidente da Federação Russa, disse que os únicos interesses que a Rússia tem em relação à Ucrânia são comerciais e económicos, mas aqui ninguém acredita nisso. É uma mentira, porque nós sabemos que os confrontos que há na Ucrânia são apoiados pelo Kremlin", declarou Paulo Sadokha, presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, dirigindo-se aos manifestantes.

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"Hoje, Vladimir Putin, presidente da Federação Russa, disse que os únicos interesses que a Rússia tem em relação à Ucrânia são comerciais e económicos, mas aqui ninguém acredita nisso. É uma mentira, porque nós sabemos que os confrontos que há na Ucrânia são apoiados pelo Kremlin", declarou Paulo Sadokha, presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, dirigindo-se aos manifestantes.

"Sabemos que a propaganda russa e a propaganda de Ianukovitch [chefe de Estado ucraniano] dizem que os nossos protestos são protestos dos extremistas de direita e anti-Rússia, mas, na verdade, nós sabemos também que muitos cidadãos russos, bielorrussos e de outras etnias estão na Praça da Independência [Kiev] em apoio a um país democrático, um país com liberdade e verdadeiramente independente", acrescentou o líder da comunidade ucraniana residente em Portugal.

Os ucranianos que se manifestaram frente à embaixada de Moscovo em Lisboa, onde se encontravam efectivos da PSP a guardar o perímetro, exigem a realização de eleições na Ucrânia e apelam à solidariedade do povo russo.

"Irmãos russos, juntem-se à nossa luta pela liberdade. Nós não confiamos nas palavras de Putin", gritaram os manifestantes, que seguravam bandeiras da Ucrânia e cartazes com fotografias das vítimas da agressão policial em Kiev.

O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou hoje que a Rússia não irá rever os acordos económicos com a Ucrânia se a oposição chegar ao poder, mas insistiu na necessidade de recuperar o dinheiro emprestado.

Putin, que falava durante uma conferência de imprensa em Bruxelas, no final da cimeira União Europeia-Rússia, afirmou que não tem "divergência política" com a Ucrânia, mas que é o "interesse comercial que domina".

Por outro lado, o presidente da Ucrânia, Viktor Ianukovitch, assinou hoje um decreto em que aceita a demissão do primeiro-ministro Mykola Azarov e de todo o Governo, depois de mais de dois meses de protestos contra o executivo.

"Aceito a demissão de Mykola Azarov e, em consequência, a demissão de todo o Governo ucraniano", lê-se no decreto, publicado no site da presidência.