Galerias evacuadas e um manifestante retirado à força na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa

Com os votos favoráveis do PS, PSD, deputados dos Cidadãos por Lisboa e do Parque das Nações por Nós, a passagem de equipamentos e trabalhadores para as freguesias foi aprovado esta terça-feira.

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As galerias chegaram a ser evacuadas por ordem da presidente da assembleia, Helena Roseta, e um manifestante foi retirado à força pela polícia, depois de se ter recusado a abandonar a sala.

Os protestos começaram antes mesmo de a reunião da assembleia municipal ter tido início. Ainda à porta do Fórum Lisboa, e debaixo de uma forte chuva que não deu tréguas, o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local realizaram um plenário “em defesa dos postos de trabalho e do serviço público”.

Na sua intervenção, o presidente do STML, Vítor Reis, sublinhou que o processo de descentralização “tem sido conduzido com muita pressa” e deixou um apelo aos trabalhadores: o de que assistissem às intervenções dos deputados municipais e às votações de propostas “com urbanidade e dignidade”.

Também a presidente da assembleia municipal se dirigiu aos trabalhadores no arranque da sessão, dizendo-lhes que tinham “todo o direito de assistir”, mas não “o direito de se manifestar”. Ao longo da primeira hora e meia de reunião, Helena Roseta foi lembrando ao público presente nas galerias que não eram permitidas manifestações, mas isso não impediu que as sucessivas intervenções fossem brindadas com palmas ou apupos.

Foi quando falava o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, eleito pelo PS, que os ânimos se exaltaram, tendo os protestos dos trabalhadores impedido Miguel Coelho de continuar a intervir. “Ou se calam todos os tenho de mandar evacuar as galerias”, avisou Helena Roseta, tendo a sua ameaça acabado por se concretizar logo depois.

As mais de duas centenas de pessoas que ocupavam as galerias, e que reagiram à decisão da presidente da assembleia com muitos gritos e palavrões, foram então obrigadas a abandonar a sala. Uma delas teve de ser retirada à força, por agentes da Polícia Municipal de Lisboa, tendo também acorrido ao local elementos da PSP.

“A decisão que tomei é da minha exclusiva responsabilidade. Não foi uma decisão que eu gostasse de tomar”, afirmou Helena Roseta, que pouco tempo depois acabou por permitir que os trabalhadores voltassem a entrar na sala. Daí para a frente os manifestantes trocaram as palmas, apupos e palavras de ordem por formas de protesto mais silenciosos, incluindo a exibição de cartões vermelhos quando as duas propostas camarárias em discussão foram aprovadas.

Essas propostas, uma definindo quais as vias, espaços e equipamentos que permanecem sob a alçada do município e outra estabelecendo quais os critérios de transferência de recursos humanos para as freguesias, foram aprovadas com os votos contra do PCP, BE, PEV e MPT, com a abstenção do CDS e do PAN (Partido pelos Animais e pela Natureza) e com os votos favoráveis do PS, PSD, dos independentes do movimento Cidadãos por Lisboa e do PNPN (Parque das Nações Por Nós).  
 
 

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As galerias chegaram a ser evacuadas por ordem da presidente da assembleia, Helena Roseta, e um manifestante foi retirado à força pela polícia, depois de se ter recusado a abandonar a sala.

Os protestos começaram antes mesmo de a reunião da assembleia municipal ter tido início. Ainda à porta do Fórum Lisboa, e debaixo de uma forte chuva que não deu tréguas, o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local realizaram um plenário “em defesa dos postos de trabalho e do serviço público”.

Na sua intervenção, o presidente do STML, Vítor Reis, sublinhou que o processo de descentralização “tem sido conduzido com muita pressa” e deixou um apelo aos trabalhadores: o de que assistissem às intervenções dos deputados municipais e às votações de propostas “com urbanidade e dignidade”.

Também a presidente da assembleia municipal se dirigiu aos trabalhadores no arranque da sessão, dizendo-lhes que tinham “todo o direito de assistir”, mas não “o direito de se manifestar”. Ao longo da primeira hora e meia de reunião, Helena Roseta foi lembrando ao público presente nas galerias que não eram permitidas manifestações, mas isso não impediu que as sucessivas intervenções fossem brindadas com palmas ou apupos.

Foi quando falava o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, eleito pelo PS, que os ânimos se exaltaram, tendo os protestos dos trabalhadores impedido Miguel Coelho de continuar a intervir. “Ou se calam todos os tenho de mandar evacuar as galerias”, avisou Helena Roseta, tendo a sua ameaça acabado por se concretizar logo depois.

As mais de duas centenas de pessoas que ocupavam as galerias, e que reagiram à decisão da presidente da assembleia com muitos gritos e palavrões, foram então obrigadas a abandonar a sala. Uma delas teve de ser retirada à força, por agentes da Polícia Municipal de Lisboa, tendo também acorrido ao local elementos da PSP.

“A decisão que tomei é da minha exclusiva responsabilidade. Não foi uma decisão que eu gostasse de tomar”, afirmou Helena Roseta, que pouco tempo depois acabou por permitir que os trabalhadores voltassem a entrar na sala. Daí para a frente os manifestantes trocaram as palmas, apupos e palavras de ordem por formas de protesto mais silenciosos, incluindo a exibição de cartões vermelhos quando as duas propostas camarárias em discussão foram aprovadas.

Essas propostas, uma definindo quais as vias, espaços e equipamentos que permanecem sob a alçada do município e outra estabelecendo quais os critérios de transferência de recursos humanos para as freguesias, foram aprovadas com os votos contra do PCP, BE, PEV e MPT, com a abstenção do CDS e do PAN (Partido pelos Animais e pela Natureza) e com os votos favoráveis do PS, PSD, dos independentes do movimento Cidadãos por Lisboa e do PNPN (Parque das Nações Por Nós).