Trabalhadores da Base das Lajes querem que Governo renegoceie acordo com os EUA

CRT defende que Governo deve questionar se norte-americanos devem ter acesso a outros aeroportos açorianos

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A reunião da comissão bilateral permanente é ordinária e terá lugar em Angra do Heroísmo, ilha Terceira, onde se situa a base das Lajes. Carlos Lopes

A CRT pretendia uma posição mais assertiva por parte do Governo na negociação do processo. Mas, reconheceu João Ormonde, “não estamos em condições de quantificar em que medida as nossas sugestões serão acolhidas [pelo Executivo]”.

O que a comissão pretendia era uma “atitude mais pró-activa” na exigência de contrapartidas pela redução. Lembrando que o acordo para a presença norte-americana implicava contrapartidas e que estas, presentemente, se “têm resumido aos postos de trabalho e à prestação de serviços”, a CRT entende que a redução e as suas consequências deveria ter como resultado que o Estado português exigisse “rever o acordo técnico”.

"Só assim se poderia pressionar os Estados Unidos a negociar”.

Mas Ormonde concluiu que o Governo não está a fazer tudo o que estaria ao seu alcance. “[Os ministros disseram-nos que] estão a desenvolver contactos diplomáticos e que vão sensibilizar os seus interlocutores”, adiantou. O que “não tem produzido resultados práticos”, acrescentou.

Por isso a CRT defende que se “Portugal está perdendo contrapartidas, devia rever as facilidades que são concedidas aos norte-americanos”. E deu como exemplo retirar algumas das autorizações firmadas no acordo bilateral assinado entre os dois Estados. “Por exemplo, a utilização pelos norte-americanos de outros aeroportos nos Açores” ou o “acesso à água potável”.

A reunião com os dois ministros foi a última de um conjunto de encontros que o trabalhadores da Base das Lajes levaram a cabo na sua passagem por Lisboa. Serviram para alertar os diferentes agentes polticos sobre o impacto que a redução tem na economia da ilha. Na sua passagem por Lisboa, a CRT avisou que os responsáveis militares norte-americanos estão a “utilizar mecanismos de pressão” para avançar com a redução efectiva do contingente estacionado na Base das Lajes.

Segundo Ormonde, a concretização plena da medida implicaria um “desinvestimento na ordem dos 60 milhões de euros por ano, ou seja, 15% do PIB da ilha Terceira”. A Base das Lajes é responsável por cerca de 400 postos de trabalho directos e 600 indirectos. Por isso, João Ormonde quis “confrontar” o Governo sobre o que está a fazer para travar a “tragédia” económica que se pode abater sobre a Terceira.
 
 
 
 
 
 
 

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A CRT pretendia uma posição mais assertiva por parte do Governo na negociação do processo. Mas, reconheceu João Ormonde, “não estamos em condições de quantificar em que medida as nossas sugestões serão acolhidas [pelo Executivo]”.

O que a comissão pretendia era uma “atitude mais pró-activa” na exigência de contrapartidas pela redução. Lembrando que o acordo para a presença norte-americana implicava contrapartidas e que estas, presentemente, se “têm resumido aos postos de trabalho e à prestação de serviços”, a CRT entende que a redução e as suas consequências deveria ter como resultado que o Estado português exigisse “rever o acordo técnico”.

"Só assim se poderia pressionar os Estados Unidos a negociar”.

Mas Ormonde concluiu que o Governo não está a fazer tudo o que estaria ao seu alcance. “[Os ministros disseram-nos que] estão a desenvolver contactos diplomáticos e que vão sensibilizar os seus interlocutores”, adiantou. O que “não tem produzido resultados práticos”, acrescentou.

Por isso a CRT defende que se “Portugal está perdendo contrapartidas, devia rever as facilidades que são concedidas aos norte-americanos”. E deu como exemplo retirar algumas das autorizações firmadas no acordo bilateral assinado entre os dois Estados. “Por exemplo, a utilização pelos norte-americanos de outros aeroportos nos Açores” ou o “acesso à água potável”.

A reunião com os dois ministros foi a última de um conjunto de encontros que o trabalhadores da Base das Lajes levaram a cabo na sua passagem por Lisboa. Serviram para alertar os diferentes agentes polticos sobre o impacto que a redução tem na economia da ilha. Na sua passagem por Lisboa, a CRT avisou que os responsáveis militares norte-americanos estão a “utilizar mecanismos de pressão” para avançar com a redução efectiva do contingente estacionado na Base das Lajes.

Segundo Ormonde, a concretização plena da medida implicaria um “desinvestimento na ordem dos 60 milhões de euros por ano, ou seja, 15% do PIB da ilha Terceira”. A Base das Lajes é responsável por cerca de 400 postos de trabalho directos e 600 indirectos. Por isso, João Ormonde quis “confrontar” o Governo sobre o que está a fazer para travar a “tragédia” económica que se pode abater sobre a Terceira.