Papa afirma ser preciso sentir vergonha com os vários escândalos na Igreja

Francisco interpelou bispos e sacerdotes na tradicional missa matutina que celebra na Casa de Santa Marta, onde reside.

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O Papa na última quarta-feira, durante a audiência semanal na Praça de São Pedro AFP/VINCENZO PINTO

"Mas tivemos vergonha? Tantos escândalos que não quero mencionar individualmente, mas que todos sabemos quais são... Escândalos que alguns tiveram de pagar caro. E isso está bem! Deve ser assim... a vergonha da Igreja", afirmou, de acordo com a Rádio Vaticano.

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"Mas tivemos vergonha? Tantos escândalos que não quero mencionar individualmente, mas que todos sabemos quais são... Escândalos que alguns tiveram de pagar caro. E isso está bem! Deve ser assim... a vergonha da Igreja", afirmou, de acordo com a Rádio Vaticano.

"Mas temos vergonha destes escândalos, destas derrotas de sacerdotes, bispos e laicos?", insistiu.

O Papa argentino considerou que os responsáveis envolvidos nestes escândalos "não tinham uma relação com Deus”. “Tinham uma posição na Igreja, uma posição de poder e também de comodidade, mas não a palavra de Deus."

Na terça-feira, o Papa também denunciou, durante a homília na Casa de Santa Marta (no Vaticano), a "figura do cristão corrupto", ao falar de laicos, sacerdotes e bispos que se aproveitam da situação e dos privilégios.

O representante do Vaticano junto da ONU em Genebra, Silvano Tomasi, apresentou hoje perante a comissão das Nações Unidas para os Direitos da Criança a resposta da Igreja aos abusos sexuais de menores por padres e outros funcionários, afirmando não existir "desculpa possível" para estes casos.

Sem pormenorizar, Tomasi acrescentou que o Vaticano formulou "directivas" na matéria para facilitar o trabalho das igrejas locais. Estas últimas desenvolveram também recomendações para evitar abusos, disse, citando a Carta para a Protecção das Crianças e Jovens, adoptada pela Igreja católica norte-americana, em 2005.

Esta comissão da ONU dedica a sessão de hoje à avaliação do cumprimento pelo Vaticano dos compromissos assumidos com a ratificação da Convenção dos Direitos da Criança, em 1990, e os respectivos protocolos em 2000.