Acordo de Bali pode aumentar em 10% exportações dos países em desenvolvimento

Vontade política na origem do êxito da cimeira na ilha da Indonésia.

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Roberto Azevêdo reuniu com os diplomatas portugueses Reuters

A estimativa é do brasileiro Roberto Azevêdo, director-geral da organização, e foi feita esta segunda-feira, no seminário diplomático anual que reúne embaixadores e altos funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

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A estimativa é do brasileiro Roberto Azevêdo, director-geral da organização, e foi feita esta segunda-feira, no seminário diplomático anual que reúne embaixadores e altos funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

“É claro que as estimativas podem variar, mas, uma vez implementado o acordo, poderá haver uma expansão das exportações nos países em desenvolvimento até 10%”, disse Azevêdo. O director-geral da OMC, cuja candidatura teve o apoio de Portugal, fixou noutro patamar as consequências do acordado na ilha indonésia de Bali para os países desenvolvidos: “Essa expansão também seria expressiva, possivelmente na ordem dos 4,5%”.

Quanto à forma como, na cimeira de Dezembro da OMC, se chegou a uma fórmula que visa facilitar as transacções internacionais de bens e garantir mais acesso dos países pobres aos mercados das nações mais ricas, Roberto Azevêdo foi peremptório: “A vontade política esteve presente em Bali para permitir uma discussão nova”.

Quanto ao acordado, o responsável da OMC destacou as áreas da agricultura, desenvolvimento e facilitação do comércio. No campo agrícola, foi referida a liberalização das quotas do comércio de algodão, a segurança alimentar dos países em desenvolvimento e a constituição de stocks de cereais. No capítulo do desenvolvimento, referiu a simplificação das regras de origem que contribuem para a abertura de novas oportunidades de exportações. Por fim, assinalou a simplificação, a transparência e a modernização dos procedimentos aduaneiros.

Sobre a evolução da economia mundial, Roberto Azevêdo assinalou mudanças no comportamento do consumo, inovação tecnológica e internacionalização das cadeias de abastecimento. “O comércio e a economia internacional estão em plena evolução e o sistema multilateral é o único que pode verdadeira e adequadamente responder aos desafios”, disse.