Trabalhadores da Linha Saúde 24 em greve, serviço assegurado por supervisores

Nesta altura do ano, são recebidas em média mais de três mil chamadas telefónicas por dia.

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Trabalhadores denunciam tentativa de redução salarial "coercivamente e sob a ameaça" Daniel Rocha

A paragem prolonga-se por 24 horas, desde as 8h deste sábado, em protesto contra despedimentos que os funcionários consideram uma "retaliação clara” por “não terem aceitado a redução salarial e exigirem um contrato de trabalho em vez do ilegal falso recibo verde".

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A paragem prolonga-se por 24 horas, desde as 8h deste sábado, em protesto contra despedimentos que os funcionários consideram uma "retaliação clara” por “não terem aceitado a redução salarial e exigirem um contrato de trabalho em vez do ilegal falso recibo verde".

Tiago Pinheiro, um dos funcionários se concentraram à porta do centro de atendimento de Lisboa, o serviço da Linha Saúde 24 que costuma ser assegurado por "pelo menos 20 pessoas" tem neste momento "três a quatro supervisores", o que representa "menos de um quinto do que é normal".

"A linha está a ser assegurada por supervisores de serviço. Houve por parte da administração uma tentativa de que as pessoas da noite não saíssem de manhã, mas já saíram todos", disse, sublinhando que os supervisores nunca fazem o serviço de atendimento de chamadas.

O mesmo funcionário sublinhou que nesta altura do ano, a Linha Saúde 24 recebe uma média diária de mais de três mil chamadas telefónicas.

Os trabalhadores da Linha Saúde 24 decidiram ficar concentrados em frente aos call centers de Lisboa e do Porto até meio da manhã e voltar depois a concentrar-se às 17h.

Tiago Pinheiro disse que nos últimos dois dias seis funcionários receberam cartas com aviso de recepção de despedimento e outros esperam ainda recebê-las, uma vez que os seus nomes deixaram de constar das escalas de serviço.

Num comunicado, os trabalhadores queixam-se de ter demonstrado abertura para o diálogo e de terem recebido como resposta "a retaliação, juntando mais ilegalidade à ilegalidade".

Os funcionários reafirmam que rejeitam qualquer tentativa de imposição de "uma redução salarial coercivamente e sob a ameaça, já concretizada para alguns, de despedimento", e exigem a readmissão e a reatribuição de turnos aos "colegas que foram ilícita e sumariamente despedidos como retaliação por não aceitarem baixar os seus salários em até 25%", o que implica que passem a ganhar quatro a cinco euros líquidos por hora.

O call center da saúde (808 24 24 24) funciona 24 horas por dia e os serviços, assegurados por mais de 350 enfermeiros, incluem a triagem, aconselhamento e encaminhamento dos utentes, assistência em saúde pública e informação geral, como horários de unidades de saúde e de farmácias. O serviço está concessionado à Linha de Cuidados de Saúde, do grupo Caixa Geral de Depósitos, uma parceria público-privada.