Papa desafia fiéis a usarem o seu tempo para ajudar os outros

Francisco pediu um olhar pelos mais pobres de Roma e uma sociedade mais justa e menos violenta.

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Na última homilia de 2013, a voz do Papa virou-se de novo para os pobres e excluídos FILIPPO MONTEFORTE/AFP

Na véspera, na Basílica de São Pedro, o Papa deixara uma reflexão em forma de pergunta pedindo aos fiéis para se interrogarem se, em 2013, tinham ajudado os outros ou apenas agido em benefício próprio. “Deixem que corajosamente perguntemos: como vivemos o tempo que Deus nos concedeu? Usámo-lo, acima de tudo, para nós mesmos, para os nossos interesses, ou soubemos também usá-lo para os outros”, questionou o líder da Igreja Católica, antes de percorrer a Praça de São Pedro e se dirigir ao presépio aí montado.

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Na véspera, na Basílica de São Pedro, o Papa deixara uma reflexão em forma de pergunta pedindo aos fiéis para se interrogarem se, em 2013, tinham ajudado os outros ou apenas agido em benefício próprio. “Deixem que corajosamente perguntemos: como vivemos o tempo que Deus nos concedeu? Usámo-lo, acima de tudo, para nós mesmos, para os nossos interesses, ou soubemos também usá-lo para os outros”, questionou o líder da Igreja Católica, antes de percorrer a Praça de São Pedro e se dirigir ao presépio aí montado.

A mensagem também se transformou em apelo quando o Papa pediu aos romanos para não ignorarem os pobres e os sem-abrigo. “Roma está cheia de turistas mas está também cheia de refugiados”, lembrou. Serão cerca de oito mil pessoas, segundo dados da Comunidade de Santo Egídio citados pela Reuters.

Já no Dia Mundial da Paz, que a Igreja Católica celebra a 1 de Janeiro, o Papa, eleito em Março de 2013, defendeu que a violência e a injustiça não podem gerar “indiferença”, da mesma forma que na véspera tinha pedido uma maior atenção aos excluídos e aos mais pobres.

"A estrada da violência"

“Temos todos a responsabilidade de trabalhar para que o mundo se torne numa comunidade de irmãos que se respeitam, se aceitam na sua diferença e tomem bem conta uns dos outros”, afirmou o Papa na oração do Angelus. “É tempo de nos determos na estrada da violência”, apelou, de forma veemente, desviando-se do texto distribuído antes aos jornalistas, descreve a AFP.

Frente a uma assistência onde se incluíam os embaixadores acreditados na Santa Sé, o Papa realçou “a força da doçura, a força não violenta da verdade e do amor” e exortou todos a contribuírem para “se construir uma sociedade mais justa, mais solidária e menos violenta” em 2014.  

No fim, e como vem sendo seu hábito, cumprimentou a multidão desejando a todos “uma boa refeição e um bom ano” sob a luz de um sol a realçar as belezas da cidade. Na missa de fim de ano, pedira a todos para não se deixarem deslumbrar pela beleza da cidade, mas que abrissem os olhos pelas pessoas sem emprego e sujeitas à “pobreza material e moral”. São pessoas que, com o seu sofrimento, “apelam à consciência” de todos — “não só das autoridades públicas mas de cada cidadão”.

“Todas as pessoas têm o direito a serem tratadas com a mesma atitude de acolhimento e justiça porque todas carregam dignidade humana”, reafirmou o Papa argentino.